O prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi (PV), não vai levantar o recesso da Câmara. Com isso, os vereadores não precisarão adiar as férias, como ocorreu em 2010, quando trabalharam até o dia 23 de dezembro. "Isso não vai acontecer", disse o prefeito.

Havia expectativa que Volpi estendesse novamente os trabalhos do Legislativo por conta do adiamento da votação do projeto de lei que muda o sistema de Saúde no município.

A matéria foi a única que não foi votada no pacote de dez projetos encaminhado para a Câmara na sessão extraordinária de sexta-feira. A ausência do impacto financeiro da medida aos cofres públicos resultou na falta de parecer do departamento jurídico da Casa.

Em função disso, a mesa diretora da Câmara deliberou pelo adiamento da votação. "Eu ainda não recebi a justificativa (para o adiamento). Quando isso acontecer, vou estudar para saber o que houve", disse Volpi.

O presidente da Câmara, Gerson Constantino (PSD), disse que por se tratar de projeto que aguarda decisão do governo federal, não há pressa para votá-lo. "Não se vota uma lei dessa maneira. O jurídico da Casa detectou essa falha. Se o projeto não vai entrar em vigor logo, por que votá-lo agora?"

O novo modelo visa a descentralizar a gestão da Saúde do município, controlada atualmente pela OSSPUB, uma Organização Social de Saúde.

O projeto prevê a criação de pelo menos 40 cargos, num modelo misto de gestão, com funcionários concursados e comissionados. A justificativa de Volpi para o projeto é ter carta na manga caso o governo federal acabe com esse tipo de parceria, como desejam os profissionais de Saúde que protocolaram proposta de veto federal junto à União, alegando que a medida é meio de terceirizar o setor.