Reflexos da redução de roubo e furto de
veículos ainda não foram sentidas
A queda expressiva no índice de roubos e furtos de carros no Grande ABC, apontada nos números da Secretaria de Segurança Pública e noticiada há poucos dias, ainda tem pouco reflexo nos preços dos seguros de carros na região. Levantamento realizado a pedido do Diário pelo corretor Arnaldo Odlevati Júnior, que tem empresa com seu nome em Santo André, mostra que, entre novembro de 2013 e igual mês deste ano, houve ligeira redução de 1% no valor do seguro na média de cinco municípios da região (Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema e Mauá).
O percentual foi alcançado com base em cotação de seguradoras que havia sido feita em novembro do ano passado e repetida agora, adotando-se como referência o mesmo perfil do condutor – mulher de 35 anos com filho menor de 18 anos – tipo de carro – Renault Sandero 1.0, ano 2010 – e locais da região (como em 2013, não foram incluídos Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra) e também na Capital e em Santos, para efeito de comparação.
Na média, o seguro do modelo saía, em primeira contratação (no caso de renovação da apólice, o custo se reduz, já que o segurado consegue desconto por bonificação), no ano passado, por R$ 2.656,64 e, agora, sai por R$ 2.633,98.
Enquanto a retração no preço no Grande ABC foi, na média, de apenas 1%, os índices de roubo e furto de veículos caíram, respectivamente, 13% e 12%, em outubro na região, na comparação com igual mês de 2013.
A pesquisa da corretora mostra que, em algumas cidades, o seguro ficou mais em conta que a média regional. Na área central de Diadema, por exemplo, a diminuição no valor do seguro ficou em 8% e, em Mauá (no Jardim Zaíra 1), a redução foi de 6%.
Já São Caetano foi no sentido contrário e registrou aumento de 21% no custo desse produto para os proprietários de carros. Esse dado contrasta com a queda expressiva nos índices de roubos e furtos de veículos na cidade, onde houve, respectivamente, diminuição de 84% e 31%, de acordo com as estatísticas da Secretaria de Segurança Pública.
EFEITO
A redução nos índices de roubo e furto devem ter mais influência nas cotações do seguro veicular na região no primeiro semestre de 2015, avalia o diretor regional do Sincor-SP (Sindicato dos Corretores de Seguros no Estado de São Paulo), Sady José Sobrinho, que prevê que até meados do ano que vem haverá retração de 8% e 10% nos preços no Grande ABC. Ele cita que a incorporação dessas estatísticas no cálculo das seguradoras não é automática, embora os dados referentes à criminalidade pesem na composição dos valores da apólice.
José Sobrinho avalia ainda que a Lei do Desmanche, que entrou em vigor aos paulistas em julho colabora para ajudar na redução do volume de roubos. Isso porque a norma amplia o controle sobre as peças usadas comercializadas, coibindo a venda sem procedência. No entanto, ele destaca que muitos criminosos ainda roubam carros para vender os componentes em outros Estados. O problema pode ser amenizado quando entrar em vigência, em maio de 2015, a lei federal do desmanche (que é inspirada na regra paulista). A estimativa de Odlevati Júnior, que é ex-diretor regional do Sincor-SP, é que os preços diminuam em torno de 25%.
CAPITAL
Apesar da influência importante dos índices de roubos no custo da apólice, Odlevati Júnior observa que há outros fatores que influem, como número de colisões de carros, enchentes, custo dos reparos etc. Ele cita ainda que há muito a avançar, já que, mesmo com a redução, a criminalidade segue elevada, o que faz com que o preço do seguro seja mais alto que na Capital.
Enquanto na média das cinco cidades pesquisadas do Grande ABC a cotação ficou em R$ 2.633,98, na Zona Sul paulistana está, em média, por R$ 1.926,01. E na Zona Norte custa R$ 2.334,87. O valor supera o cobrado em Santos neste ano (R$ 2.584,84). Em 2013, a cidade litorânea superava a região (R$ 2.656,64), ao registrar cotação média de R$ 2.722,82.
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