Economia Titulo Alta
Desemprego na região alcança taxa de 10,3%, a maior desde 2009

Apesar do resultado, em um mês as sete cidades geraram 29 mil vagas em serviços

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
27/11/2014 | 07:05
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Nario Barbosa/DGABC


A taxa de desemprego do Grande ABC atingiu 10,3% em outubro. O percentual é a representatividade dos desempregados, que totalizam 146 mil, sobre a PEA (População Economicamente Ativa), que são todos aqueles com 10 anos ou mais que estão ocupados ou em busca de trabalho. Em relação a setembro, houve queda, tendo em vista que o mês registrou 11%. Porém, em outubro do ano passado o percentual era de 9,1%. A taxa atingiu o maior patamar para o décimo mês desde 2009, quando o registro foi de 13,8%.

O resultado foi estimulado pela economia em marcha lenta e pelas incertezas em relação ao comando do País, definido pelo segundo turno no fim do mês passado. Além disso, o comércio, que tradicionalmente admite temporários nessa época do ano, não só postergou as contratações como demitiu 2.000 trabalhadores na região.

Pela ótica da quantidade de participantes no mercado de trabalho regional, a redução da taxa de desemprego de um mês para outro ocorreu devido ao aumento de 24 mil pessoas na PEA junto ao acréscimo de 31 mil no total de ocupados. Ao mesmo tempo, o número de desempregados diminuiu em 7.000 moradores. O setor de serviços teve a maior contribuição para a geração de emprego, tendo em vista que 29 mil pessoas se declararam ter conseguido trabalho no ramo.

Em outubro, 1,413 milhão de pessoas compunham a PEA do Grande ABC, tendo em vista que 1,267 milhão eram ocupadas. Por outro lado, o mercado de trabalho regional tinha 146 mil desempregados.

Os dados fazem parte da PED-ABC (Pesquisa de Emprego e Desemprego do Grande ABC), divulgada ontem pela Fundação Seade em parceria com o Dieese. As informações são referentes aos moradores das sete cidades, mas que não necessariamente trabalham em empresas locais. Na média, 22% do total atuam fora das sete cidades.

Dadas essas características, a metodologia é totalmente diferente à do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho. Enquanto os dados da Pasta mostram informações de profissionais de empresas instaladas na região, com carteira assinada (e que não necessariamente moram nas sete cidades), e tem margem de erro devido ao atraso de algumas companhias na entrega dos números, a PED-ABC aponta resultados de emprego com e sem registro em carteira, incluindo autônomos.

SETORES - O técnico do Seade e coordenador da PED, Alexandre Loloian, acredita que os principais segmentos que absorveram 29 mil empregos de serviços, passando de 637 mil, em setembro, para 666 mil no mês passado, foram aqueles destinados às pessoas. Entre eles, habitação, alimentação e transportes.

A indústria da transformação teve queda de 4.000 postos de trabalho, passando de 319 mil para 315 mil, cenário que tem sido visto na maioria dos meses do segundo semestre devido à desaceleração econômica, falta de confiança dos empresários e queda na produção em geral. Porém, o setor metalmecânico, de maior relevância no Grande ABC devido à cadeia automotiva, teve acréscimo de 4.000 empregos. “Deve ser principalmente por trabalho informal, pois as empresas estão começando a elevar a produção, mas não estão contratando formais”, observou a técnica do Dieese no Grande ABC, Zeíra Camargo.

Loloian destacou que outubro, sazonalmente, é um mês em que o comércio inicia a contratação de temporários. Mas tal fenômeno não ocorreu. Segundo a PED-ABC, 2.000 pessoas foram despedidas no setor na região. Conforme o Diário publicou no mês passado, representantes do setor destacaram que as admissões de temporários foram postergadas pelas incertezas em relação à demanda nos últimos dois meses.

No que diz respeito à formalização do trabalho na região na comparação mensal entre setembro e outubro, houve aumento de 25 mil trabalhadores com carteira assinada em outubro, passando de 733 mil para 758 mil, contra queda de 1.000 fora do regime CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), com universo reduzindo de 90 mil para 89 mil. Todos no setor privado. O número de autônomos saltou de 180 mil para 181 mil.

Ainda segundo a PED, porém com defasagem de um mês em relação à pesquisa geral, o rendimento médio real dos assalariados na região saltou de R$ 2.104 para 2.118, acréscimo de 0,7%. No setor privado, a alta foi de 0,2%, de R$ 2.033 para R$ 2.037.
 




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