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Pelé: do Corintinha ao Maracanã
Divanei Guazzelli
Do Diário do Grande ABC
19/11/2004 | 10:18
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Bem antes de marcar o seu milésimo gol, no dia 19 de novembro de 1969, no Maracanã, Pelé deixara no Grande ABC a marca registrada do que viria a ser a mais vitoriosa carreira de um esportista. No dia 7 de setembro de 1956, o Rei do Futebol fez o seu primeiro gol, no estádio Américo Guazelli, na goleada por 7 a 1 do Santos sobre o Corinthians, o Corintinha, de Vila Alzira.

Dois personagens da região se cruzam nos 13 anos de uma história de goleadas, títulos e encantamento: o então volante Tonico, o Antonio Schank, 59 anos, que disputou a partida de estréia do Rei, e José Benetti, autor do gol único da derrota por 2 a 1 do Vasco para o Santos exatos 35 anos atrás.

A memória prodigiosa de Schank, ex-técnico de futebol profissional em São Bernardo, ex-dirigente das categorias de base do Santo André e atualmente no Palestra, permite a reconstrução detalhada do primeiro gol de Pelé, o quarto do Santos no amistoso de 1956.

Schank era o volante Tonico para diferenciar do goleiro, Antoninho. E às 16h34 de 7 de setembro, conforme o livro História do Futebol em Santo André, de Paschoalino Assumpção, que morreu em 2003, Schank não conseguiu barrar Pelé, que aproveitou um passe de cabeça do defensor Helvio, driblou Zito (o do Corinthians, não o volante que seria bicampeão mundial pelo Brasil e pelo próprio Santos) e partiu em direção a Zaluar para tocar na saída do goleiro.

"É, de certa forma acabei colaborando para que o Pelé chegasse aos mil gols em 1969. Mas ele ainda nem era o Pelé. Jogava com outro apelido, de Gasolina. Foi o quarto gol do Santos, que virou o primeiro tempo já com 3 a 1", lembra Schank.

Apesar da confortável vantagem santista, no intervalo o então treinador do Corinthians, o ex-zagueiro da década de 40, Jaú, do clube homônimo do Parque São Jorge, tentava passar confiança. "O Jaú falava que ainda seria possível virar. Mas estava difícil, pois o Santos já era uma verdadeira seleção", acrescenta.

De fato, além do iniciante Gasolina, o Santos, que a partir de 1958 iniciaria com um título paulista domínio que se estenderia até os anos 70, contava com titulares de primeira grandeza. Eram os casos do goleiro Manga (Agenor Gomes, primeiro treinador do Santo André, em 1967), Zito, os irmãos Ramiro e Álvaro Valente, Dorval, Alfredinho Sampaio, Jair da Rosa Pinto e Tite, que se notabilizou como compositor e morreu recentemente. Mas o futuro trataria de mostrar que aquele quarto gol se transformaria no melhor momento daquele dia.




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