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Área de manancial sofre 4ª invasão
Sucena Shkrada Resk
Do Diário do Grande ABC
02/08/2004 | 22:42
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Pela quarta vez desde 1998, uma mesma área da Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) sofre invasão de famílias sem-teto. Até o último final de semana, 13 delas já haviam se instalado na propriedade localizada na estrada do Poney Clube, no Parque Bandeirante, região de proteção aos mananciais, em São Bernardo. Em três ações – a última no ano passado – foram removidas do local 560 famílias invasoras. A situação crônica é um bom exemplo do quão urgente é a votação da Lei Específica de Bacia da Billings, que está sendo discutida há sete anos no Subcomitê. O texto – que deve ser concluído até o final do ano – estabelecerá critérios para a ocupação das áreas de manancial da bacia, hoje ocupada por 863 mil pessoas.

O presidente da União das Vilas da Região do Grande Alvarenga e membro do Subcomitê da Represa Billings, Raimundo Barbosa de Souza, 52 anos, critica a fiscalização da Emae, empresa estadual proprietária da área invadida. “Já denunciei esse problema na reunião do Subcomitê, no último dia 28, e os representantes da empresa falaram que não poderiam fazer nada. Estão sendo omissos. A própria Emae tem um programa de recuperação em uma área próxima. Dessa forma, como pode convencer os moradores de fazer lá calçadas ecológicas?”, indagou.

Invasões – O terreno já tem um histórico de invasões, o que exigiu uma intervenção da Prefeitura de São Bernardo, que realocou parte dos moradores em conjuntos habitacionais no município. De acordo com a assessoria de imprensa de Prefeitura de São Bernardo, em 1998, a Secretaria Municipal de Habitação e Meio Ambiente providenciou a transferência de 160 famílias do terreno para o Conjunto Habitacional Billings, no Jardim Selecta. Em 1999, foram transferidas mais 240 famílias para o Conjunto Habitacional Serra do Mar, no Jardim Santo Ignácio. E no ano passado, foram mais 160.

Mas ainda há remanescentes da última desocupação. A dona de casa Celina Lima dos Santos, 37 anos, integra esse grupo. Ela e o marido compraram o barraco em 1996 de outra pessoa. “Ninguém (autoridade) veio mais falar com a minha família, depois que as últimas famílias mudaram daqui, entre elas, minha mãe”, comentou. O número de cadastro da Prefeitura ainda está estampado na fachada de sua casa até hoje.

As delimitações da área também não são precisas, porque só uma pequena placa com a sigla da Emae é encontrada no meio da vegetação. A assessoria de imprensa da Emae informou no final da tarde desta segunda que ainda não tinha um posicionamento de sua equipe técnica a respeito.




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