Tucanos e petistas reavaliam estratégias de campanha diante da divisão regional revelada pela última pesquisa de intenção de voto do Ibope, em que José Serra (PSDB) lidera no Sul-Sudeste e Dilma Rousseff (PT), no Norte-Nordeste. No geral, ambos estão empatados com 37% da preferência do eleitorado.

Além de ter escolhido Salvador para lançar a candidatura de Serra, o PSDB aposta em palanques fortes no Ceará, Paraíba, Alagoas e Pernambuco para aumentar a inserção do tucano. Cabos eleitorais como Tasso Jereissati (PSDB-CE), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Paulo Souto (DEM-BA), Teotônio Vilela (PSDB-AL), João Alves (PSDB-SE) e Jackson Lago (PDT-MA) ajudarão a reduzir a vantagem de Dilma na região, garantem dirigentes tucanos.

Já o PT conta com a ação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para consolidar a preferência de Dilma no Nordeste e difundir seu nome entre os beneficiários de programas sociais em regiões metropolitanas do País. Em outra frente, dará prioridade a agendas da petista no interior de São Paulo, especialmente no Vale da Paraíba, onde o PSDB tem forte penetração. "São Paulo definirá a eleição", disse o presidente estadual do PT, Edinho Silva.

Lula anunciou ontem maratona ao Nordeste, num contraponto ao lançamento de Serra. Irá a Fortaleza, Natal, Maceió, Aracaju e Salvador. "Até o fim do governo vai aumentar a exigência de viagens", disse, referindo-se às inaugurações. Lula acrescentou que viajará aos sábados e domingos.

Para a diretora do Ibope, Márcia Cavallari, o voto regional pode ter mais impacto que a divisão de classes sociais. "Não é um voto de classe, como parecia ser em 2006", disse, em debate com o jornalista José Roberto de Toledo. "A pesquisa mostrou que os pobres e ricos do Sul votariam nos mesmos candidatos, assim como os pobres e ricos do Nordeste", afirmou Toledo.

O tucano, avaliam, terá mais dificuldade de construir discurso já que, segundo a pesquisa, a maioria dos eleitores vê melhoras na geração de emprego e consumo.