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Metalúrgicos recuperam 27.942 vagas em 4 anos
Luciele Velluto
Do Diário do Grande ABC
12/04/2008 | 07:18
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O ramo metalúrgico no Grande ABC conseguiu recuperar nos últimos quatro anos 26,79% dos postos de trabalho perdidos até 2003, quando a região registrou o nível mais baixo desde os anos 1980. No entanto, apesar da retomada do emprego no setor, dificilmente as sete cidades devem chegar aos quase 230 mil operários na área, como era registrado em 1989.

Hoje, há 132 mil metalúrgicos no Grande ABC, dos quais 50% estão concentrados na cadeia automotiva. Só de 2006 para 2007, o número de profissionais cresceu 5,5%.

É o que aponta o levantamento feito pela subseção do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que teve um crescimento de 18.170 trabalhadores em sua base de 2003 até o ano passado.

O secretário-geral do sindicato, Rafael Marques Junior, acredita que até o final deste ano, a base da entidade deve chegar aos 100 mil trabalhadores. “Não chegamos há esse nível a mais de 10 anos. Essa recuperação só foi possível pelo crescimento da economia de forma sustentável”, comenta.

Contudo, o dirigente explica que o setor não deve chegar aos mesmos patamares da década de 1980. Hoje, a classe está 42% menor do que em 1989.

“A indústria é outra, mais moderna. Os métodos de produção mudaram e o trabalhador, hoje, é multifuncional. E o ramo também se espalhou para outros lugares, como a Bahia e Minas Gerais que, atualmente, também concentram pólos metalúrgicos”, afirma Marques.

O levantamento também aponta que os segmentos dentro da metalurgia passaram a empregar mais na região do que apenas a cadeia automotiva, que absorvia grande parte da mão-de-obra metalúrgica na década de 1980. E os trabalhadores passaram a encontraram emprego nas pequenas e médias empresas.

Para o secretário-geral, isso se reflete em mais trabalho para o sindicato. “Nas médias e pequenas, os salários são mais baixos, há maior rotatividade e não há organização sindical forte como nas montadoras. Por isso, temos um trabalho maior nesses locais”, diz.

Os investimentos das empresas também traz segurança para a categoria e reforça a idéia de que o setor deve continuar em alta nos próximos anos. “Pensamos como será o futuro, mas nos próximos cinco anos, acreditamos que o setor vai se manter nesse ritmo, pois a indústria só está contratando porque esgotou as outras formas de elevar a produção”, diz Marques.



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