Diante do aumento do número de casos de dengue no Grande ABC, as prefeituras de Santo André e São Bernardo realizam amanhã, a partir das 9h, caminhada de conscientização sobre a doença. A região registrou, até o fim de outubro, 1.122 casos autóctones (contraídos aqui) de dengue. O número é quase seis vezes maior se comparado aos 12 meses de 2013, quando houve 196 infectados.
A caminhada terá início no Parque São Bernardo e faz parte da intensificação da campanha de prevenção contra a dengue na cidade. Com a participação da secretária de Saúde Odete Gialdi, de trabalhadores da rede municipal e moradores do bairro, a ação terá como ponto de concentração a EE Palmira Grassioto Ferreira da Silva, na Rua Almeida Leme, 100.
Os participantes seguirão até a Rua Carijós, já em Santo André, onde se encontrarão com o secretário de Saúde do município, Homero Nepomuceno, que também estará com grupo de agentes de controle da dengue.
Durante a caminhada serão distribuídos folhetos com orientações à população sobre como impedir a proliferação das larvas do mosquito Aedes aegypti. Além de segunda-feira, a Prefeitura de São Bernardo planeja outras ações nos dias até quinta-feira. Entre elas estão os mutirões casa a casa, nos quais os agentes de controle da dengue distribuem material informativo e fazem a inspeção em busca de criadouros do mosquito. Além disso, serão realizadas palestras em associações de bairro e escolas; vistorias em edifícios de grande concentração de pessoas, como faculdades, igrejas e clubes; e visitas em estabelecimentos que armazenam sucata, pneus e outros objetos que podem acumular água. Os proprietários de imóveis notificados ou considerados de risco serão convidados a participar de palestras educativas.
A campanha de controle da dengue é permanente, sendo que a intensificação das ações de prevenção e combate ao mosquito é feita entre os meses de novembro e abril, em razão das altas temperaturas e da ocorrência frequente de chuvas, condições climáticas propícias à proliferação do mosquito.
Entre as cidades, São Bernardo foi a que teve o maior aumento: registrou 95 pacientes contaminados em 2013 e 489 neste ano. Em Diadema, o número passou de 51 para 363; Santo André, de 39 para 239; São Caetano, de 11 para 26; e Mauá, de zero para cinco. Em Ribeirão Pires não houve nenhum caso contraído no município e Rio Grande da Serra não enviou os números.

Febre chikungunya também é alvo das atividades da semana

A intensificação do combate à dengue na região também pretende evitar casos autóctones (contraídos dentro dos municípios do Grande ABC) do vírus causador da febre chikungunya, que é transmitido pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. Até o momento, não há nenhum caso de paciente infectado com o vírus na região, mas já foram registradas 828 contaminações por febre chikungunya no Brasil, sendo 39 importados e 789 autóctones.

Santo André teve o primeiro caso da doença confirmado no Grande ABC, de uma pessoa que pegou o vírus durante viagem para o Panamá e a República Dominicana. Também há quatro em investigação. Os outros municípios não apresentaram nenhum registro da patologia.

Os casos importados ocorreram em pessoas que viajaram para locais com transmissão da doença: República Dominicana, Haiti, Venezuela, ilhas do Caribe e Guiana Francesa.

CARACTERÍSTICAS - Os sintomas da chikungunya são semelhantes aos da dengue. A doença aguda é caracterizada por febre alta, acima de 38,5°C, de início súbito e dor articular intensa. Os tornozelos, punho e articulações da mão tendem a ser as áreas mais afetadas.

Outros sinais e sintomas do problema podem incluir cefaleia, dor difusa nas costas, mialgia, náusea, vômito, poliartrite, erupção cutânea e conjuntivite. O que pode contribuir na diferenciação com a dengue é o predomínio da dor articular sobre os outros sintomas, conforme destacam especialistas.