Economia Titulo Pesquisa
Emprego industrial volta a crescer em outubro

No entanto, ritmo de queda teria continuado não
fosse o retorno de pessoal que estava em lay-off

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
14/11/2014 | 07:04
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Celso Luiz/DGABC


Depois de 15 meses seguidos de queda no nível de emprego, a indústria do Grande ABC voltou a gerar postos de trabalho em outubro. Foi um pequeno aumento, de aproximadamente 150 vagas, influenciado principalmente por variações positivas nos setores de veículos automotores e autopeças, de acordo com nova pesquisa do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) divulgada ontem. No entanto, a trajetória de retração continuaria, não fosse o retorno de trabalhadores de montadoras afastados por lay-off, ou seja, que estavam em casa, com os contratos de trabalho suspensos temporariamente, e que voltaram à atividade fabril, segundo representantes do setor.

É o que explica o diretor da regional do Ciesp de São Bernardo, Hitoshi Hyodo. Segundo ele, o município, que alcançou o segundo melhor índice de crescimento em todo o Estado, conseguiu esse resultado graças a esse fator. O emprego industrial na cidade subiu 0,74% em relação ao total de pessoas empregadas em setembro, com 650 vagas adicionais. Em outubro, entretanto, 780 funcionários da Volkswagen da unidade Anchieta retornaram à fábrica, após ficarem afastados por prazo de cinco meses estabelecido na legislação do lay-off – em que os empregados recebem apenas parte da remuneração, com complementação dos salários a partir de recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).

Nas outras unidades do Ciesp o cenário de fechamento de vagas se manteve no mês passado. De acordo com os dados da regional de Santo André (que representa também empresas de Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra), houve fechamento de 100 vagas. O diretor do Ciesp no município, Emanuel Teixeira, cita que as paradas das montadoras para se ajustar aos altos estoques de carros parados nos pátios ainda têm gerado forte impacto nos fornecedores de autopeças nessas cidades. “A cadeia (do setor automotivo) tem sofrido e não há perspectiva de melhora”, afirma o dirigente, que espera que o governo federal promova reforma tributária para reduzir o peso elevado da carga de tributos sobre a atividade produtiva.

Em São Caetano e em Diadema a situação é semelhante, com o fechamento, respectivamente, de 150 e de 250 postos de trabalho. O empresário William Pesinato, vice-diretor da regional do Ciesp de São Caetano, assinala ainda que o mercado de consumo encolheu não só no Brasil, mas também no principal destino das exportações brasileiras, a Argentina. “Por isso a General Motors fez lay-off (de 900 trabalhadores neste mês em São Caetano).”

SALDO NEGATIVO - Nos últimos 12 meses, a região ainda amarga redução de 20 mil postos de trabalho no setor industrial. Só neste ano, até outubro, foram eliminadas aproximadamente 15,6 mil vagas.  




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