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ONG de Diadema tem cursinho gratuito
Camila Galvez
20/09/2011 | 07:41
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Palavras não bastam para mudar o mundo, mas a Educação é um caminho para fazer a mudança se tornar realidade. Foi assim que Joeder José de Souza, 36 anos, fundador da ONG Manos de Paz, decidiu fazer mais que apenas cantar o rap politizado e criticar o poder público. "Pensei que a Educação seria o melhor meio de alterar a realidade e construir um novo futuro para os jovens."

A Manos de Paz surgiu há 12 anos como um movimento de jovens que curtiam hip hop. Foi uma das ONGs que ajudaram a criar a Casa do Hip Hop, em Diadema, um lugar de convivência para os jovens que queriam fazer um som legal e dançar.

"Por isso o nosso nome. Queríamos mostrar que não éramos maloqueiros, mas sim jovens que buscavam a paz e também ter uma vida melhor", explicou Joeder José de Souza.

Por seis anos, a ONG foi exclusivamente cultural. Até que o fundador decidiu que precisava agir. "Não podia só criticar. Precisava ajudar a mudar a situação." Foi então que ele criou o Grupo Estudantil, cursinho pré-vestibular que oferece aulas gratuitas para a comunidade.

A Prefeitura cedeu o espaço e os professores são voluntários. As aulas ocorrem às segundas, terças e quartas-feiras, no período da noite, no Centro Público Nações (Rua Panamericana, 510, Jardim das Nações), e aos sábados, no Centro Público Tereza Lino (Rua Santa Bárbara, 489, Jardim Canhema). As inscrições abrem sempre no início e no meio do ano e são divulgadas no site da entidade: www.clubeestudantil.org.br.

Quem se inscreve no cursinho assiste a uma palestra sobre a importância do Ensino Superior e quais são as portas abertas para quem não pode pagar uma faculdade: ProUni, Fies, Escola da Família. Além disso, o cursinho mantém parceria com a Faenc, em Santo André, a Fia e a Universidade Metodista, em São Bernardo, e a Faculdade Brasil, no bairro do Ipiranga, na Capital.

 

COMPROMISSO

Atualmente o cursinho atende 27 alunos apenas nas classes durante a semana. "As 12 meninas que faziam o cursinho no fim de semana conseguiram ingressar na universidade no meio do ano", comemorou Souza.

Os alunos que conseguem ingressar no curso têm um compromisso: voltar para transmitir seus conhecimentos aos estudantes. "É assim que mantemos o cursinho em funcionamento sem precisar cobrar mensalidades, o que dá oportunidade para os mais carentes poderem estudar", garantiu.

 

Mulheres ocupam a maioria das vagas no cursinho

 

O fundador da ONG Manos de Paz, Joeder José de Souza, faz questão de lembrar que a maioria dos alunos do cursinho é do sexo feminino. "As nossas meninas são guerreiras e querem melhorar de vida".

Elas tiveram de adiar o sonho de fazer uma faculdade porque tiveram filhos ou precisavam trabalhar para sustentar a família. "Procuramos motivar os alunos para que não abandonem o cursinho. Vão surgir dificuldades, mas é preciso ter força de vontade para encarar."

A recepcionista Cristiane Santos de Jesus, 29, quer realizar o sonho que deixou de lado: formar-se em Turismo. Ela começou o cursinho em abril e está firme em sua meta. "Sempre quis fazer o curso, mas tive que trancar porque o emprego em que estava não me dava oportunidade para estudar. Como precisava trabalhar, deixei."

Agora Cristiane quer fazer de tudo para atingir seu objetivo. "As aulas ajudam bastante, mas também estudo em casa. Quero ter uma carreira melhor e uma profissão."




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