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Três cidades em estado de atenção
Illenia Negrin
Do Diário do Grande ABC
26/08/2010 | 07:27
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Celso Luiz/DGABC


A combinação entre as altas temperaturas registradas ontem e as péssimas condições de dispersão atmosférica - a massa de ar quente e seco permanece estacionada sobre a Grande São Paulo - fizeram com que a qualidade do ar despencasse.

Na região, três das cinco cidades onde a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) realiza medições entraram em estado de atenção por volta das 15h. Em São Caetano, Santo André e Mauá, a qualidade do ar foi considerada má pelas altas concentrações de ozônio.

Em São Bernardo, as condições foram classificadas como inadequadas em virtude do excesso de partículas inaláveis (poeira). Em Diadema, a qualidade do ar permaneceu regular.

A gerente da divisão de qualidade do ar da Cetesb, Maria Helena Martins, diz que a situação deve permanecer crítica hoje. "Só decretamos estado de atenção quando atingimos qualidade má e a previsão para o dia seguinte não favorece a dispersão dos poluentes. Por isso, o cenário é desanimador", avalia.

Além do aumento da concentração de gases tóxicos, fumaça e poeira, a baixa umidade relativa amplifica os efeitos do ar seco no organismo.

De acordo com o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) de São Paulo, a Capital registrou ontem o índice mais baixo de umidade relativa do ano, 13%. A média também se aplica ao Grande ABC.

O meteorologista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) Franco Villela explica que o fenômeno conhecido como veranico impede a entrada de frentes frias e dificulta a formação de correntes de vento. "Daí o clima abafado e o aumento dos focos de incêndio."

INCÊNDIOS
O número de ocorrências de incêndio atendidas pelo Corpo de Bombeiros triplicou na região nos últimos dez dias, segundo o comandante do 8º GB, coronel Hamilton Coelho da Silva Filho. "Em média, atendemos dez chamados por dia de incêndios, a maioria de pequenas proporções, em residências ou amontoados de lixo. Durante o inverno, temos, além dessas, cerca de mais 25 ocorrências", sustenta.

Metade dos casos é de queimadas às margens das rodovias que cortam o Grande ABC, como Anchieta, dos Imigrantes, Índio Tibiriçá e Rodoanel. "A maioria desses incêndios poderia ser evitada. As causas geralmente são bitucas de cigarro acesas jogadas por motoristas, ou moradores de favelas vizinhas que ateiam fogo em montes de entulho e lixo", revela o comandante.

Outros pontos recordistas de incêndios são as áreas preservadas de Mata Atlântica em São Bernardo, os parques Guaraciaba e Pedroso e avenida dos Estados (altura do Parque João Ramalho) em Santo André, os bairros Itapeva e Sertãozinho, em Mauá, e o Santa Luzia, em Ribeirão Pires. s


Olho Seco atinge até 15% da população

A Síndrome do Olho Seco é um dos problemas que mais se agravam com a baixa umidade do ar.

A doença é causada pela alteração na qualidade ou na quantidade da produção da lágrima (responsável pela manutenção da vitalidade das células da superfície ocular).
Sensação de areia nos olhos, ardor, intolerância a ambientes secos e luz são alguns sintomas que afetam de 10% a 15% da população.

"Atinge principalmente mulheres acima dos 50 anos, por conta da alteração dos hormônios no período da menopausa, que altera a produção da lágrima", explica o oftalmologista e presidente científico da APOS (Associação Brasileira de Portadores de Olho Seco), José Alvaro Pereira Gomes.

"Nos períodos em que há a baixa umidade, a lágrima evapora mais rápido. Assim como ficar muito tempo no computador, já que as pessoas piscam menos, enquanto aumenta a evaporação", afirma.

O especialista diz que a orientação é hidratar os olhos com água e colírios lubrificantes. "Às vezes é preciso o uso de colírios antiinflamatórios. Em casos mais graves, é necessário cirurgia para melhorar a lubrificação."(Bruna Gonçalves)

 

 




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