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Jovens perdem a virgindade aos 15 anos
Do Diário do Grande ABC
09/11/2008 | 07:14
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Os jovens estão se iniciando sexualmente em torno dos 15 anos de idade. "As primeiras relações ocorrem durante rolos, sendo as meninas com rapazes mais velhos e os garotos com uma menina, não com prostitutas, como antigamente", diz a psicoterapeuta e sexóloga Mara Pusch.

A especialista também destaca pesquisa do Centro de Apoio e Atendimento ao Adolescente da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), na qual a conclusão é de que a maioria dos adolescentes tira dúvidas sobre sexo com amigos da mesma idade.

"Os jovens se julgam onipotentes e consideram que não vão contrair doenças ou engravidar e, por isso, não usam a camisinha", afirma Mara.

De acordo com a PNAD (Pesquisa por Amostras de Domicílio), do IBGE, de 2007, a proporção de adolescentes entre 15 e 17 de idade com filhos era de 6,3% para o conjunto do País - índice semelhante ao da década passada, apesar do aumento das campanhas em massa.

CAMISINHA
Além da gravidez, a rejeição à camisinha aumenta possibilidade da ocorrência de DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis), como a Aids. Jean Gorinchteyn, médico do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, observa que atualmente os jovens descuidam com a prevenção por causa do efeito dos coquetéis anti-HIV, que evitam o surgimento de doenças oportunistas, como no passado, quando a aparência do paciente denunciava a doença. "Esquecem que hoje quem vê cara não vê Aids, mas na verdade o que não se vê é o HIV", afirma.

Relacionamentos monogâmicos recentes também correm riscos. "O problema é que há casais que depois de três ou quatro relações sexuais abandonam a camisinha", diz. O infectologista aconselha realização periódica de exames para detectar DSTs.

Outro erro fatal dos jovens tem sido considerar os antivirais usados na Aids como antigripais, que se tomam apenas por 10 dias. "Isso é para o resto da vida", diz. Como um ciclo vicioso, ao aderir ao tratamento, os jovens estão mais expostos a situações de boicote por questões comportamentais. "Ao viajar, como ele vai tomar os remédios na frente dos amigos? E como não beber na balada, já que bebida não é compatível com a medicação?", diz. No quadro de multifatores que dificultam o tratamento, o infectologista destaca o peso da família, pelo bem ou pelo mal. "Se ele era rejeitado, continuará a ser. Senão, a família o apoiará", afirma.

Gorinchteyn ainda lembra que a falta de camisinha pode proporcionar o surgimento de outras doenças infecto-contagiosas, como a hepatite B, a sífilis, o HPV e a gonorréia.

Na contramão das pesquisas que apontam o início da vida sexual cada vez mais precoce, existem grupos de resistência. São os que optam por se manter castos até o casamento. Muitos estão escorados por ídolos pop, como Miley Cyrus e Jonas Brother, que propagam a virgindade com o "anel da pureza". Em geral, essa postura tem como motivação convicções religiosas.

Evangélica da Assembléia de Deus, Daniela Ribeiro Leão seguiu à risca as recomendações para se manter virgem até o casamento. Hoje, aos 22 anos e mãe de Tayla, de nove meses, Daniela conta que sempre namorou para casar, o que aconteceu aos 19 anos. "Eu nunca caí em tentação", diz. E qual era o limite da intimidade durante o namoro? "Quando a coisa começava a esquentar, eu parava e pronto", diz. "Sexo para mim faz parte do cumprimento de ações durante o casamento como um carinho importante do casal."




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