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Previdência chega aos 85 anos com inúmeros problemas
Do Diário do Grande ABC
18/09/2008 | 07:58
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No ano em que completa 85 anos, a Previdência Social encara dificuldades como mau atendimento, atraso na liberação de benefícios e salários com valores incompatíveis às contribuições. O déficit é grande. De acordo com a assessoria de imprensa da Previdência, em agosto foram arrecadados R$ 13,2 bilhões em todo o País. Os gastos, no entanto, alcançaram R$ 15,4 bilhões - quem arca com a diferença é o Tesouro Nacional.

Segundo João Rodrigues de Mesquita, presidente em exercício da Associação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas do ABC, quem se aposenta hoje no País, já tem 30% a mais de perdas, e dificilmente consegue um salário coerente com suas contribuições. "Apenas 8,1 milhões de trabalhadores aposentam-se com um salário acima do mínimo (R$ 415). Os demais 17 milhões conseguem apenas o piso", afirma. Mesquita explica que isso ocorre porque o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) subsidia também os trabalhadores rurais, quando quem deveria pagar a conta deles seria a União, ou seja, o governo federal.

No Grande ABC, conforme conta Mesquita, a situação é um pouco diferente em virtude da quantidade de metalúrgicos aposentados, que recebem um salário superior ao mínimo.

Paulo Souza, presidente da Anasps (Associação Nacional dos Servidores da Previdência e da Seguridade Social) acusa o sistema previdênciário de "omissão total e completa, nos últimos dois anos, dos órgãos responsáveis pela fiscalização, cobrança, recuperação de crédito dos débitos previdenciários, que passam dos R$ 300 bilhões".

Para Souza, não há previdência no mundo que resista a uma "pilhagem" deste tamanho. "Não há conta que feche. Não há como reduzir o déficit, salvo com transferências maciças do Tesouro Nacional para a cobertura do rombo", desabafa. E ele prossegue: "A previdência perdeu a capacidade de ser esperança de tranqüilidade na velhice e agora constitui uma incerteza".




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