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Luiz Marinho quer doar
um terreno para a Scania
Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
21/04/2011 | 07:21
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O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), quer doar à Scania terreno de 45 mil metros quadrados, avaliado em R$ 13,5 milhões. Em contrapartida, a montadora teria de investir R$ 150 milhões na cidade. O secretário de Governo, Maurício Soares (PT), tentou emplacar na sessão de ontem da Câmara projeto de lei que autoriza a concessão da área, mas não obteve sucesso. sem consenso, o tempo da plenária expirou e a peça ficou para ser apreciada na semana que vem.

 "Estamos batalhando, mas infelizmente conseguiram colocar na frente vários projetos votados devagarinho", lamentou o secretário de Governo, Maurício Soares.

O espaço, equivalente a quatro campos de futebol, fica localizado nas imediações da fábrica. Maurício salientou que o presidente da Casa, Hiroyuki Minami (PSDB), sugeriu o envio de substitutivo com as emendas aglutinadas no projeto. "Preferíamos com urgência, já que vai trazer melhorias à população. Com susbstitutivo, vai contar todo o prazo novamente. Cinco dias nas comissões e 15 dias para votação. Serão 20 dias perdidos. É jeito de empurrar com a barriga o projeto", disse o petista.

De acordo com o texto, a Scania fica obrigada a destinar a área à ampliação de sua capacidade industrial, com desenvolvimento econômico, geração de emprego e renda, com apresentação de projeto no prazo de um ano e conclusão em cinco anos, sob pena de reversão ao patrimônio público.

O projeto estipula ainda a estimativa de custo em obras viárias, sob responsabilidade da empresa, no valor de R$ 16,5 milhões. Entre as intervenções estão o prolongamento da Avenida Álvaro Guimarães, bem como alargamento da Avenida José Odorizzi entre a Avenida Roberto Kennedy e o Viaduto Tereza Delta. As construções estão compostas no projeto Cidade Moderna.

O oposicionista Ary de Oliveira (PSB) reconheceu que o texto é benéfico ao município, porém que não houve tempo para os vereadores apreciarem as emendas da própria Prefeitura que chegaram no dia anterior à sessão. "É difícil votar de última hora. Não sabemos o que há nas emendas."

Sem votar o principal projeto do dia, a sessão demonstrou que a eleição do vereador Sérgio Demarchi (PSB) na 1ª secretaria da mesa diretora, na última semana, com a adesão do prefeito Luiz Marinho serviu realmente apenas como jogada para minar a força do deputado estadual Alex Manente (PPS) na cidade. A bancada de oposição emplacou 16 requerimentos e aprovou cinco projetos e um veto.

 

Bancada reclama da falta de diálogo na terceirização da frota

A base de sustentação do prefeito Luiz Marinho se mostrou insatisfeita ontem com a divulgação de atas de registro de preços que possibilita ao chefe do Executivo terceirizar o setor de transporte, com aluguel de até 337 veículos e máquinas e 219 motoristas e operadores, ao custo anual de R$ 37 milhões.

O vereador Tião Mateus (PT) alegou que a Câmara não impede nenhuma ação do Paço no que se refere a questões de certame, só que atitudes pontuais como essa, em que age diretamente no funcionalismo, o mínimo a ser feito é dar ciência à bancada. "Não sabemos para onde vão os trabalhadores, que podem ficar encostados." O petista emendou que não é a posição que os deixa chateados, mas a falta de conversa. "Em reunião, o problema nem foi abordado. Foi chato a maneira com que o Marinho tratou essa questão."

Segundo o situacionista José Ferreira (PT), a ação tomada pelo prefeito faz parte do programa de governo. Para ele, não há tempo hábil para o governo discutir cada licitação. "A gestão é dinâmica. São diretrizes defendidas no PT em 2008, nas propostas para a eleição municipal. A frota está antiga e, segundo dados da Prefeitura, aluguel fica mais barato ao poder público."

O secretário de Governo, Maurício Soares (PT), garantiu que, apesar da condição de ausência do diálogo, o discurso está afinado. "Ninguém será dispensado. Vão fazer outras funções ligadas à função. A eficiência do serviço ficará mais que dobrada. Aumenta um pouco o gasto, mas o custo-benefício é maior. Terceirizando paga aluguel, não compra a frota que arcaria com manutenção, mas não é âmbito da Câmara. Deve ser feita negociação direta sindical."




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