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Projeto piloto em Sto.André atende animais em área de risco

Prefeitura cadastra, vacina e castra bichos de estimação de famílias de núcleo no Jd.Irene

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
05/11/2014 | 07:00
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Andréa Iseki/DGABC


Em muitas casas os bichos de estimação são praticamente integrantes da família e abandoná-los é situação inimaginável, mesmo diante de um momento crítico. Pensando nisso, a Prefeitura de Santo André e o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), em parceria com a ONG WSPA (Sociedade Mundial de Proteção Animal), iniciaram ontem projeto piloto para pets cujos donos vivem em área de risco. A iniciativa inclui vacinação, castração e RGA (Registro Geral Animal), uma plaquinha com um número de identificação que facilita a localização caso o animal seja perdido.

O local escolhido para dar a largada à ação foi a comunidade Maurício de Medeiros, no Jardim Irene, por ser uma área propícia a inundações, já que 180 famílias residem sobre o Córrego Guarará.

Após tempestade em fevereiro do ano passado, as casas da região foram tomadas pela enchente. Naquela ocasião, o pequeno Guilherme de Souza Sena, 11 anos, enfrentou a água na altura da cintura para resgatar a tartaruga que estava dentro de casa. “Não saio daqui sem meus bichinhos”, frisou. A partir desse episódio, o Nupdec (Núcleo Comunitário de Proteção e Defesa Civil), formado por moradores de comunidades sujeitas a riscos, levantou a necessidade de discutir políticas públicas para os animais da localidade, criando o Nupdec Animal. No início, a Defesa Civil enfrentou resistência para viabilizar a proposta.

“A primeira pergunta era: vocês se preocupam com os animais, mas e as pessoas? O que acontece é que, muitas vezes, as pessoas não vão para o abrigo porque não podem levar os bichinhos”, destaca a assistente de diretora da Defesa Civil, Maíra Soares Galvanese.

“Agora, caso as famílias tenham que ir para o abrigo, os animais podem entrar, pois, protegidos, não serão transmissores de doenças”, ressaltou.

Em outubro, 100 bichinhos, entre cães e gatos, foram cadastrados e, ontem, vacinados contra a raiva. “Para prevenir o crescimento desordenado dos animais, todos estão sendo castrados”, destacou a assistente social da Defesa Civil, Márcia Lamas Ribeiro. A Zoonoses andreense, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, já possuía contrato com as clínicas veterinárias para castração gratuita.

Sylvester Stallone, de 3 meses, é um dos cachorros inclusos no projeto. Sua dona, Marilza Galante Prates, 48 anos, mora na comunidade Maurício de Medeiros há cinco anos. Na inundação do ano passado, só não perdeu o cãozinho nas águas porque ainda não o tinha. Se futuramente tiver que ir para o abrigo, a presença do companheiro inseparável está garantida. “Onde eu for, ele vai.”

A Defesa Civil pretende expandir a ação em outras áreas de risco a partir de abril.

Cidade é primeira da região a incluir pets em políticas preventivas

Santo André é pioneira entre as cidades da região na iniciativa de prevenção a animais que vivem em área de risco.

Ribeirão Pires informou que, por meio do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, participa da discussão sobre incluir animais de estimação dos moradores de terrenos perigosos no Plano de Contingenciamento de Chuvas, definindo, para as sete cidades, as diretrizes para atendimento aos bichinhos em casos de ocorrência.

A Prefeitura de Diadema destacou que, no próximo domingo, realizará a primeira etapa de castração em 250 animais cadastrados em junho, além de microchipagem.

Em São Bernardo, a vacinação contra a raiva acontece também em postos volantes próximos a áreas de risco.

Em Mauá, caso a família removida de uma área de risco opte por não levar o animal, é orientada a encaminhá-lo à DCZ (Divisão de Controle de Zoonoses de Mauá).

Já São Caetano instala chips em animais que aguardam adoção.  




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