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Comodidade e preço lotam lava-rápidos
Camila Galvez
07/08/2011 | 07:00
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O representante comercial Celso Maritano, 63 anos, tinha o costume de lavar o carro na casa onde mora, em São Caetano. Ele tem quintal grande e fazia a limpeza do automóvel ali. Mas agora prefere levar o veículo todo sábado para lava-rápido no bairro Nova Gerty. “Fica mais barato lavar aqui, além de economizar água em casa e não correr risco de assaltos”.
Maritano enumerou os três principais motivos que levaram o morador do Grande ABC a abandonar o hábito de lavar o carro em casa: insegurança, comodidade e preço. O Diário visitou ontem lava-rápidos nas cidades de Santo André, São Bernardo e São Caetano, todos lotados. O valor da lavagem simples varia entre R$ 20 e R$ 25.
A média de lavagens nas três cidades durante a semana fica em torno de 30 automóveis. No sábado, chega a dobrar. “É o dia oficial de lavar carros, porque a maioria das pessoas está de folga do trabalho”, opinou Eduardo Zentner, 39, proprietário de um estacionamento na Vila Alpina, em Santo André, há 20 anos.
Ele tem seis funcionários, que chegam a higienizar 50 carros aos sábados. “No passado acho que lavava mais, porque tinha menos concorrência”, opinou.
O empreiteiro Ricardo Sabha, 44, é adepto das lavagens de fim de semana. “Trago pela comodidade, não tenho mais paciência para fazer eu mesmo. As folgas do trabalho são poucas, então o tempo que gastaria na tarefa uso para curtir com a minha família”, explicou.
A espera pode chegar a duas horas nos horários de maior procura. “Quem vem cedo espera uma hora. Mas depois das 10h não tem como, demora mais mesmo”, explicou o proprietário de um estabelecimento na Rua Afonsina, em São Bernardo, Marcelo Gonçalves Brito, 40. Ele lava cerca de 60 carros aos sábados, ao preço de R$ 20 a lavagem simples, sem cera, e R$ 23 com cera.
O almoxarife Daniel Menezes Lopes, 46 anos, é cliente fiel. “Gasto mais água se lavo em casa, então trago aqui”, destacou.

Procura
Para o proprietário do lava-rápido de São Caetano, Alexandre César Giacomazi, 42, as facilidades em adquirir automóvel e o grande número de apartamentos inaugurados na cidade ampliaram a procura. Ele administra o comércio há 19 anos. “Antes lavava uns 30 carros aos sábados, e hoje chego a lavar 50”, garantiu. A lavagem simples inclui a cera e custa R$ 22.
O programador Ricardo Campana, 52, é um dos adeptos. “Perdi a paciência de lavar em casa. Aqui é muito mais fácil”, garantiu.

Região ainda tem adeptos da lavagem em casa
Mesmo com a mudança de hábito, ainda há moradores do Grande ABC que preferem lavar o carro em casa. É o caso do zelador Wagner Forte, 52 anos, que tem até kit especial com balde e esponja para cuidar do Gol ano 1995. “É o meu xodó. Lavo em casa porque aqui faço do meu jeito”, afirmou.
Há 20 anos, Wagner tinha um Fusca, e o cuidado com o automóvel era o mesmo. “Todo mundo lavava o carro em casa antes, não tinha essa de lava-rápido. E tinha que fugir do sol, senão manchava a tinta. À noite, o carro estava brilhando para sair por aí”, relembrou.
O ferramenteiro Luiz Carlos dos Santos, 61, cultiva os dois hábitos: quando o carro está muito sujo, leva para dar um trato no lava-rápido, mas quando só precisa de ducha, faz em casa. “É até um jeito de fazer um exercício”, disse.
Segundo o engenheiro ambiental Murilo Vale, é preciso ficar atento quando o assunto é lavagem de veículos. “O lava-rápido só utiliza água no enxágue, o que ajuda a economizar. Se a pessoa opta por lavar em casa, deve utilizar balde, e não mangueira, que gasta muito mais”, destacou.
Vale alertou ainda sobre as duchas de postos de gasolina. Pela facilidade, muitas pessoas acabam utilizando apenas para tirar a poeira do veículo. “Elas só devem ser utilizadas quando o carro está sujo mesmo. É preciso ter consciência ambiental em casa e na rua”, ressaltou.




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