A ONG (Organização Não Governamental) Dignitas - Instituto de Cidadania e Desenvolvimento Humano - não deverá trabalhar na gestão compartilhada da unidade da Fundação Casa de São Bernardo, que tem previsão para ser inaugurada neste mês, em parceria com o governo do Estado.

A Fundação Casa informou ontem que foi comunicada extraoficialmente da desistência da entidade.

O convênio entre a Fundação e a ONG seria firmado na semana passada, mas até ontem o órgão estadual não tinha recebido nenhum posicionamento sobre a desistência.

A Fundação ressaltou que, caso a informação seja oficializada, a unidade de São Bernardo terá gestão plena.

O presidente da Fundação Criança de São Bernardo, Ariel de Castro, disse que se a desistência da entidade for confirmada, será uma situação para preocupações.

"Fui informado pela Fundação Casa, e é uma situação complicada, porque podemos ter um retrocesso na discussão que vem sendo realizada em relação à importância da participação da sociedade. Uma entidade social, com apoio do município, permite desenvolver um trabalho educativo, de humanização e inclusão social", explicou o presidente e também coordenador do Grupo de Trabalho Criança Prioridade I, do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC.

A Dignitas foi indicada pela Fundação Criança. " A Fundação foi procurada, mas por entraves administrativos, indicamos a Dignitas, por conhecer o trabalho deles."

Ele espera que a entidade entre em contato para prestar esclarecimentos sobre a desistência. "Antes da decisão, deveriam ter nos procurado para que pudéssemos discutir e tentar solução para um possível impasse."

Na visão de Ariel, a gestão plena, se torna uma unidade comum."A gestão plena é feita pelo Estado e isso inibe uma abertura maior da participação da comunidade e de desenvolver um trabalho diferenciado."

A gestora técnica da ONG, fundada pelo ex-prefeito de São Bernardo Maurício Soares, Heloisa Daniel, foi procurada pela equipe do Diário, mas não retornou as ligações até o fechamento desta edição.