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Violência aprisiona bairros de Santo André
Rafael Nunes
Do Diário do Grande ABC
27/08/2011 | 07:30
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Claudinei Plaza/DGABC


Medo. Esse tem sido o sentimento mais constante entre os moradores das bairros Valparaíso, Homero Thon e Humaitá e Parque Novo Oratório, em Santo André. As quatro regiões têm registrado assaltos constantes ao longo dos últimos meses. Os alvos dos criminosos são sobretudo, residências e estabelecimentos comerciais, além de veículos.

A insegurança tem levado moradores a se enclausurar em casa. O clima de aprisionamento é evidente para quem circula pelos bairros.

É o caso da dona de casa Cleide Araújo. Em vez de se arriscar, ela prefere lavar a calçada do lado de dentro do portão, que exibe as marcas de tiros da última tentativa de assalto a vizinhos, em julho. "A gente anda assustado, convivendo com medo. Não faz nem uma semana um açougue aqui do lado foi assaltado", disse a moradora da Rua Botocudos, em Valparaíso, onde, segundo moradores, dez assaltos foram registrados no mês de agosto. "A gente tem medo até de por o lixo fora de casa", disse o aposentado Djalma Simplício Correia, vizinho de Cleide.

No bairro Homero Thon a situação é mais crítica no comércio local. O empresário Domingos Becheschi se viu obrigado a fechar a pizzaria por um mês depois de ver o estabelecimento ser assaltado oito vezes em intervalo de oito meses. "Fechei (a pizzaria) para os clientes no dia 6 de julho e só voltei em 14 de agosto. Levaram até as panelas da nossa cozinha", lamentou o comerciante. Só no último assalto, os prejuízos chegaram a R$ 12 mil, contando o período em que permaneceu de portas fechadas. Resultado: grades, sistemas de alarme e o sentimento de insegurança a cada novo visitante no restaurante localizado entre as Avenida Pedro Américo e Guaianases.

O delegado seccional de Santo André, Guerdson Ferreira, garante que não há aumento considerável no número de ocorrências. Sem citar dados, ele afirmou que coibir a onda de crimes nos bairros citados faz parte das prioridades da polícia. Questionada, a Polícia Militar não forneceu números nem se pronunciou sobre o assunto.

 

Prefeitura intermediará conversa com polícias

A Prefeitura de Santo André fará a mediação entre polícia e os moradores do bairro Valparaíso. Ontem, comissão formada pela vizinhança se reuniu com o secretário de Segurança Pública Urbana e Trânsito, Adilson de Lima, no Paço. Na conversa, ficou a promessa do município em reforçar a segurança do bairro. "Eu me prontifico a entrar em contato com as polícias Civil e Militar para aumentar o policiamento preventivo", disse Lima. Rondas da GCM serão intensificadas com viaturas setoriais e motocicletas por meio dos programas Romo (Ronda com Motocicletas) e Remu (Ronda Escolar Municipal).

Os moradores ainda pediram a revitalização da Praça Sérgio Cirillo, considerada por eles o ponto de concentração de possíveis assaltantes no período da noite. A reivindicação segue sob análise da Secretaria de Obras e Serviços Públicos. Caso as demandas não sejam atendidas, os moradores de Valparaíso prometem organizar manifestação na Câmara. "Vamos lotar três ônibus e ir até o Paço se não acontecer nada. Infelizmente tem que lutar, mesmo pagando imposto", disse Reginaldo Amaral, morador do bairro.




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