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Faisa levanta a bandeira antiviolência
José Carlos Pegorim
Da Redaçao 
30/05/1999 | 19:43
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Próximo de completar 32 anos, a Faisa (Fundaçao de Assistência à Infância de Santo André) é a porta de entrada para os casos de maus-tratos contra as crianças na cidade. Além de prestar o atendimento básico à infância e à maternidade, seus profissionais têm muitas vezes de decidir se estao diante de um caso corriqueiro ou de violência, cometida, muitas vezes, pelos próprios familiares da criança.  

"Ninguém acreditava que isso pudesse acontecer dentro dos nossos lares", relembra o pediatra Emilio Jaldin Calderón, há 30 anos na Faisa e presidente do Crami (Centro Regional de Atençao aos Maus-Tratos na Infância). O "isso" sao os casos de abuso sexual, negligência, agressao física e abandono. "Essas quatro patologias passavam freqüentemente despercebidas no pronto-socorro porque nao estávamos preparados para entendê-las."  

O Crami, para onde sao encaminhados os casos de violência detectados nos órgaos de saúde da cidade, "nasceu dentro da Faisa", diz Calderón. Em 1985, um grupo de especialistas montou um seminário interno para entender o fenômeno. Três anos depois, em 1988, eles fundaram o centro. 

Semana - A partir do próximo dia 7, a Faisa promove uma semana de discussoes sobre o tema geral da violência no município. Das suas razoes, vistas na intervençao de um psiquiatra, aos seus efeitos no meio ambiente, vistos na apresentaçao de um técnico do Semasa.  

Integrada à rede SUS (Sistema Unico de Saúde) do município - que foi municipalizada no início do ano passado -, a Faisa nao é mais uma rede paralela de atendimento à criança, como foi na maior parte de sua existência. Reflexo dessa integraçao, a diretora do departamento de Atençao Ambulatorial da Secretaria de Saúde de Santo André, a médica Rosa Maria Aguiar, ocupa cumulativamente a direçao da entidade. Sinal dos tempos, a própria enfermaria do Hospital Infantil tornou-se uma ala do Hospital Municipal. "Estava em péssimas condiçoes", admite a pediatra Roseli Monici de Paula Machado, assistente de direçao da entidade.

Escola - A Faisa também se integrou mais aos programas de atençao à educaçao, incorporando o conceito de inclusao escolar. "Antes, mandava-se um psicólogo para fazer um teste rápido e colocar a criança numa classe especial", diz Roseli. Dentro do Cade (Centro de Atençao ao Desenvolvimento Educacional), uma equipe multidisciplinar da Faisa trabalha junto com dez pedagogos da Secretaria de Educaçao percorrendo as escolas para, ao lado dos professores, identificar o problema.




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