Uma mensagem que circula na internet há alguns dias sobre a vacina contra a gripe suína (A H1N1) está gerando especulações sobre possíveis efeitos colaterias. Especialistas ouvidos pelo Diário contestam tal mensagem e reafirmam o que todos os organismos de Saúde têm dito: é importante vacinar para evitar a segunda pandemia da doença.

"Tivemos uma pandemia em 2009. Neste ano, temos uma nova arma para combater o vírus - a vacina -, que foi aplicada em alguns países, como Estados Unidos (desde outubro de 2009), que não registraram casos de reações adversas", declarou Juvencio Duailibe Furtado, professor de Infectologia da Faculdade de Medicina do ABC e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia.

O atual presidente da entidade, Marcelo Simão Ferreira, surpreendeu-se com os boatos na rede mundial de computadores. "É um absurdo levantar suspeitas sobre a seriedade da vacina, feita com tecnologia de ponta, em laboratórios de alto padrão", exclamou. Ele reconhece que, por se tratar de nova forma de imunização, podem surgir reações adversas que não estavam previstas. "Não dá para prever efeitos adversos de algo que não conhecemos. Talvez por isso tenham surgido especulações."

Outras sociedades também recomendam a vacinação, como Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), CFM (Conselho Federal de Medicina), APM (Associação Paulista de Medicina), AMB (Associação Médica Brasileira), Sociedade Brasileira de Pneumologia e Sociedade Brasileira de Pediatria.

A mensagem - A mensagem que pede a suspensão da vacina afirma que ela pode causar ocorrência maior da síndrome de Guillain-Barre, que causa paralisia de partes inferiores do corpo, podendo evoluir para órgãos vitais como pulmão e cérebro. A presença, em quantidade muito pequena, de timerosal (derivado do mercúrio) e do esqualeno (substância que melhora a resposta de imunização do organismo), também são mencionadas pela carta. "Recebi mensagens que diziam que seriam substâncias cancerígenas, o que não é verdade. O timerosal é usado, desde 1930, para esterelizar vacinas multidoses (cada frasco contém dez doses). O esqualeno é usado em uma das vacinas (fabricada pela Novartis) e não é nocivo à saúde", explicou Helena Sato, coordenadora de Imunização da Secretaria de Estado de Saúde. "As informações contidas nesses e-mails são infundadas e causam alarde na população", informou a fabricante Novartis em nota.

"A vacina é segura, atestada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e já está em uso em outros países. Não tem sido observada relação entre o uso da vacina e a ocorrência de eventos adversos graves", declarou o Ministério da Saúde.