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Hospital São Caetano enfrenta nova crise
William Cardoso
Do Diário do Grande ABC
14/12/2008 | 07:00
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O Hospital São Caetano enfrenta nova grave crise financeira que tem colocado em xeque seus 50 anos de tradição. Uma dívida - estimada entre administradores do ramo hospitalar - de cerca de R$ 50 milhões afeta o estabelecimento, que conta atualmente com 403 funcionários e 130 médicos. A diretoria reconhece a dívida, mas afirma que ela é três vezes menor: R$ 17 milhões. Em 2001, a unidade de Saúde já havia enfrentado dificuldades, quando quase fechou em definitivo.

O diretor administrativo do hospital, Antonio Pedro Maida, afirma que a Medida Provisória 446, de 7 de novembro, só consideraria os débitos de INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) dos últimos 60 meses, o que teria provocado um abatimento de 60% no montante a ser pago pelo hospital a credores de forma geral. "Os problemas que temos enfrentado não são diferentes daqueles que atingem outros hospitais", explica Maida.

No hospital, a falta de recursos atingiu em cheio o ‘coração' da unidade. O pronto-socorro teve a saída da equipe comandada por Ricardo Crepaldi no início da semana. O motivo seria uma dívida calculada em pouco mais de R$ 200 mil, referente aos serviços prestados durante os dois últimos meses. Procurado pela reportagem, o médico afirmou que seu advogado poderia passar informações sobre o problema, mas ele também não se pronunciou.

Para resolver parte da questão e cobrir a lacuna deixada pelo grupo que prestava atendimento, médicos teriam sido chamados às pressas. Na quinta-feira passada, um membro da antiga equipe foi até o pronto-socorro para cooperar em meio à situação precária e teria recebido ameaças e críticas por parte de Crepaldi. A polícia teve de ser chamada.

Com a atual situação, para dar conta do atendimento, um médico teria de "trabalhar por três" durante a semana, segundo relatos de profissionais que atuaram no local. A administração afirma que os pacientes não sofreram prejuízo e uma escala de trabalho garantiria o funcionamento normal.

Médicos que trabalham no hospital há vários anos teriam pagamentos atrasados em até nove meses. O vínculo afetivo seria um dos motivos que impedem a saída. Outro seria o fato de que, ao sair, correriam risco de não receber.

A crise atingiu ainda os demais funcionários. A diretoria propôs um acordo, pagando 80% do salário de dezembro ainda esta semana e parcelando os 20% restantes. O mesmo ocorrerá com o 13º salário.




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