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Olímpico e o incentivo ao esporte
Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
01/08/2011 | 08:51
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Nario Barbosa/DGABC


Basta andar alguns minutos pelas ruas do bairro Olímpico, em São Caetano, para se deparar com alguém fazendo caminhada na Avenida Kennedy, ouvir o som dos jogos de futsal vindo dos ginásios dos clubes ou mesmo a torcida do Azulão, time da cidade, que manda seus jogos no Estádio Anacleto Campanella. Praticamente todos os moradores conhecem alguém que usufrui da infraestrutura esportiva montada no bairro, independentemente da faixa etária. Há opções para crianças, jovens, adultos e idosos.

De acordo com a Prefeitura, os moradores dispõem de sete clubes no bairro, para a prática de atividades esportivas das mais variadas. Abrev Clube Vila Barcelona, Acascs, Centro Poliesportivo Jordano Vincenzi Júnior, Centro Poliesportivo Marlene José Bento, Complexo Esportivo Lauro Gomes de Almeida (que funciona dentro do estádio), Sociedade Amigos do Bairro Olímpico e a Sociedade Esportiva Recreativa Cultural Santa Maria, conhecido como Serc.

Este, localizado na Avenida Kennedy, tem aproximadamente 2.000 usuários cadastrados. A preocupação com a população idosa da cidade faz parte da rotina do clube. Os mais velhos têm, inclusive, ala destinada para a ginástica da terceira idade. "O secretário de Saúde (Gilberto Costa) tem dado amparo ao esporte do bairro. Melhorou muito. Nossa reforma deve estar pronta em três meses", disse Rafael Ebert, administrador do Serc Santa Maria. As atividades de futsal, basquete, natação, futebol, ginástica e judô estão disponíveis das 7h às 23h.

"É o bairro com mais clubes com piscina e todos têm opção para a terceira idade. O que não falta é opção de lazer. Ficou ainda melhor com a integração das carteirinhas", disse o aposentado Antônio Guilherme dos Santos, 77 anos, morador do bairro há 60, referindo-se à mudança feita pela Prefeitura, para que a circulação dos usuários fosse livre entre os clubes, sendo feita com apenas uma identificação.

PERFIL - O bairro é tipicamente residencial. Se nos bairros vizinhos, como Oswaldo Cruz e Santa Paula, o surgimento de grandes edifícios é comum, no Olímpico as casas são resguardadas e, devido à valorização, algumas chegam a duplicar de valor após a compra, de acordo com a vizinhança.

Hoje, o bairro tem 3.823 residências, contra 599 apartamentos. A feira de domingo, realizada em volta do estádio, à Rua Walter Thomé, é uma das principais atrações do bairro, além das oito praças.

Parque linear vai ampliar área de recreação

O espaço físico de toda São Caetano é reduzido, já que a cidade tem 15 quilômetros quadrados. O Olímpico, pouco mais de um quilômetro quadrado. Portanto, a saída para criação de áreas de lazer são os parques lineares.

Até o fim do mês, o projeto que ligará o parque linear da Avenida Kennedy com o da Avenida Tijucussu, que passa pelo bairro Olímpico, deve ser concluído. O espaço terá ciclovia, circuito para caminhada, brinquedos para crianças e equipamentos de ginástica.

A Praça dos Imigrantes, interligação entre os parques lineares, foi ampliada de 5.000 para 9.000 metros quadrados. Atualmente, a Kennedy é fechada aos domingos para a prática de exercícios ao ar livre.

HISTÓRIA - Em 1954, por causa da fundação do estádio municipal Anacleto Campanella, o bairro mudou de nome: deixou de ser Monte Alegre Novo para ser Vila Olímpica. A partir daí, começou a urbanização em torno dele. Apenas em 1968 foi batizado de Olímpico.

O bairro limita-se com o Santa Maria e o Barcelona pelas alamedas São Caetano e Conde de Porto Alegre. A Rua São Paulo é o seu limite com o bairro Santa Paula e a Rua Sílvia com o Boa Vista. As divisas com o bairro Oswaldo Cruz são a Avenida Vital Brasil e uma linha imaginária entre a Rua Ingá e a Avenida Paraíso.

Fundador da Bengala Azul vive no bairro

Agostinho Folco, 77 anos, esbanja vitalidade e mora no bairro, um dos maiores de São Caetano, desde 1968. Trinta anos depois, ele decidiu fundar com um grupo de aposentados a torcida organizada do Azulão, time da cidade, batizada de Bengala Azul. A ideia nasceu durante um treino do time, em 1998, e o nome deve-se a um antigo membro, que acompanhava os treinamentos no Estádio Anacleto Campanella com uma bengala azul.

"Por que todos os clubes têm torcida e o nossa não?", indagou, quando decidiu abraçar a causa junto com os amigos.

Hoje são cerca de 316 associados. As brincadeiras, como não poderia deixar de ser, giram em torno da idade dos integrantes da organizada, que têm no mínimo 60 anos. "É difícil crescer (o número de torcedores). Se a pessoa não morreu, está internada", brincou.

A incansável dedicação ao time de sua cidade o levou ao Paraguai para assistir à decisão da Copa Libertadores da América, entre São Caetano e Olímpia, disputada em 2002. Na ocasião, o time do Grande ABC ficou com o vice-campeonato. "Foi a nossa maior decepção. Até perdemos alguns torcedores."

Hoje ele vive com a mulher e os filhos próximo ao estádio, onde vai diariamente. A sede da Bengala Azul está em reforma e deve ser entregue até o fim do ano. As despesas estão a cargo da Prefeitura.

Para acompanhar o time do coração, a torcida já viajou para Rio de Janeiro, Porto Alegre e Belo Horizonte.Nas empreitadas, o grupo coleciona amigos. A relação das grandes torcidas organizadas com a Bengala Azul é sadia e curiosa. "Eles pedem parar tirar foto aqui na sede. Acho normal. Não existe uma torcida como a nossa no Brasil. Somos queridos."

Sobre a cidade em que chegou para morar aos 3 anos, vindo da Capital, ele é taxativo. "São Caetano é pequena. Quanto menor for, mais fácil de governar. Não tenho do que reclamar."




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