O Catar é suspeito de ter comprado votos para sediar a Copa de 2022, o que obrigou a Fifa a investigar o assunto. Um primeiro informe de 200 mil páginas foi produzido pelo advogado norte-americano Michael Garcia. Seu texto foi entregue a um juiz alemão, Hans-Joachim Eckert, que tomará uma decisão sobre eventuais punições. Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF e que votou pela Catar, foi amplamente investigado por Garcia.
Mas, em declarações publicadas no site da Fifa, o juiz confirmou que não irá disponibilizar a versão integral do informe, como muitos estão pedindo no mundo do futebol e mesmo entre políticos. Mas apenas um resumo. "A declaração (em novembro) vai incluir um resumo da investigação, um resumo das principais revelações, conclusões e recomendações, além de uma rápida avaliação", disse o alemão.
Segundo ele, "publicar o informe completo colocaria o Comitê de Ética da Fifa e a Fifa mesmo em uma situação legal muito difícil". "Além disso, temos de respeitar o direito das pessoas mencionadas no informe, o que numa publicação completa do informe não poderia ser feita".
Eckert nega qualquer tipo de desentendimento com Garcia, alertando que o americano apenas pediu que "uma publicação adequada" fosse realizada. Segundo o alemão, ele está neste momento trabalhando para decidir como apresentar a publicação de forma "adequada".
ANONIMATO - O juiz não descarta nem mesmo publicar partes dos informes, mas mantendo os nomes dos envolvidos em "anonimato". "A principal exigência é que os direitos pessoais sejam preservados", declarou. Um dos obstáculos legais é que parte das entrevistas realizadas por Garcia ocorreram sob a garantia de anonimato.
Michel Platini, presidente da Uefa e que votou pelo Catar, é um dos que defende a publicação do informe. O príncipe Ali bin Al-Hussein, da Jordânia, e membro da Fifa, também exige conhecer a totalidade do documento. Já o presidente da entidade, Joseph Blatter, é contra sua publicação completa.
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