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Estádios vazios e prejuízos aguardam o Azulão na Série D

Experiência de quem já disputou a competição relata problemas que o time terá quando participar pela primeira vez do torneio, em 2015

Thiago Bassan
15/10/2014 | 07:53
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Ari Paleta/DGABC


Um futuro assustador. Isso é o que espera o São Caetano na Série D do Campeonato Brasileiro em 2015. Estádios vazios, pouca renda, despesas e disputa bastante acirrada para conquistar uma das vagas à Série C do futebol nacional. Esses serão os principais problemas que o Azulão terá pela frente no ano que vem, mais precisamente em julho, quando o torneio deve ter início. Torneio esse que o clube terá que pagar para disputá-lo. 

A experiência em ter participado da competição ocorreu com o rival Santo André em 2013. Na ocasião, o clube foi eliminado na segunda fase pelo Metropolitano (Santa Catarina), no mata mata. “É um campeonato que pode ser considerado como o fundo do poço. Considero a Série D como o torneio da morte, fim do mundo. Não traz benefícios. O único, talvez, é o fato de ser a última chance de o time voltar à Série C”, alertou Celso Luiz de Almeida, presidente do Ramalhão quando o clube disputou pela primeira e última vez a Série D. 

A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) é responsável pelo pagamento de 25 passagens, hospedagens e alimentação dos atletas quando os times jogam fora de casa na Série D. Esse auxílio, segundo o ex-presidente do Ramalhão, traz pequeno alívio para os clubes, mas não cobre todas as despesas do torneio.

“Existe essa ajuda da CBF, que nos facilita um pouco. Mas, ainda assim, é torneio deficitário. Tivemos prejuízo de aproximadamente R$ 800 mil. Deste valor, gastávamos cerca de R$ 25 mil nos jogos em casa. O público não comparecia ao Bruno Daniel. E não tinha transmissão de TV. Enfim, para manter, o clube precisa ter folha salarial baixa, senão complica mesmo”, analisou. Para evitar viagens longas e altos custos, a CBF criou nas séries C e D os grupos regionalizados. Equipes do Sudeste, por exemplo, disputam a competição na mesma chave. 

O receio de ser rebaixado para a última divisão do futebol brasileiro virou tormento para um dos clubes mais tradicionais do interior paulista em 2014. O Guarani, campeão brasileiro em 1978, brigou até a penúltima rodada com o Azulão para não cair. E o drama foi vivido de perto por um dos dirigentes com forte ligação com o futebol do Grande ABC, Sérgio do Prado, que teve passagens marcantes pelo Santo André.

“O fato de não ter caído para a Série D foi comemorado como o acesso aqui no Guarani. Quem vai para essa divisão precisa ter retorno imediato. Senão acaba sumindo do mapa em competições nacionais. Quem está na (Série) D, está morto”, comentou o dirigente. Procurada, a diretoria do São Caetano não foi encontrada para falar sobre o tema.  




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