Padilha coloca líder do petismo como candidato
em 2018 em meio à crise do PT por alta de Aécio
Em meio à crise instalada na campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) por conta da vertiginosa subida nas pesquisas do presidenciável do PSDB, Aécio Neves, o PT adiantou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será o candidato da partido à Presidência da República em 2018.
O anúncio foi feito ontem pelo postulante derrotado do PT ao governo do Estado, o ex-ministro Alexandre Padilha, durante plenária partidária realizada em São Bernardo, que reuniu prefeitos da região e lideranças locais na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
“Vamos trabalhar bastante para reeleger a presidente Dilma para que o Lula possa voltar à Presidência daqui a quatro anos”, inflamou Padilha.
A confirmação do ex-ministro da Saúde é promovida em um dos momentos mais críticos da campanha eleitoral de Dilma, já que a chefe da Nação vê o PSDB tomar a dianteira em pesquisas de intenções de voto. Na quinta-feira, os institutos Ibope e Datafolha apontaram vantagem numérica ao tucano, por 51% a 49% – empate técnico na margem de erro de dois pontos percentuais.
A volta de Lula à disputa eleitoral no futuro era somente comentada nos bastidores políticos, nunca de maneira explícita. A frase de Padilha pode apontar para sinalização estratégica com objetivo de alavancar votos para Dilma.
Ao lançar Lula como candidato em 2018, o PT coloca o ex-presidente já no jogo eleitoral deste ano. Líder máximo do petismo substituiria indiretamente Dilma no duelo direto contra Aécio, já que discursos tendem a inclinar que a volta de Lula está atrelada à vitória da atual presidente da República.
PLENÁRIA
A plenária partidária no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC reuniu grande número de militantes e apoiadores. Estavam presentes o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), o chefe do Executivo de Santo André, Carlos Grana (PT), os deputados eleitos da legenda pela região, Vicente Paulo da Silva, Vicentinho, como federal, e os estaduais Ana do Carmo, Luiz Turco e Teonilio Monteiro da Costa, o Barba.
O discurso dos petistas à militância foi em tom de cobrança, focando também críticas a Aécio e ao PSDB, enfatizando gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Líderes que discursaram ignoraram escândalos da Petrobras.
Grana garantiu que se empenhará nas ruas para reeleger Dilma e prometeu: “Quem no meu governo não estiver com o PT está fora. Podem escrever.”
O petista andreense depois tentou explicar a afirmação. “As pessoas que moram em Santo André precisam saber que o governo federal contribui com mais de R$ 1 bilhão em obras. Então, não há por que eu manter alguém na minha administração que não esteja engajado com a gestão da Dilma”. Na sequência, provocou: “Acredito que todos que não estavam com o PT já saíram (da administração)”.
Marinho focou um discurso mais incisivo. Depois de pedir silêncio a todos para começar a falar, afirmou: “Como no primeiro turno, eu não estarei aqui em São Bernardo neste segundo turno. Então eu pergunto a vocês: a presidente Dilma pode contar com o nosso apoio?”, disse, adiantando que novamente fará campanha em horário de expediente.
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