Economia Titulo Empréstimos
Consignado cai 6% na região

Associação entende que aposentados estão endividados e procuram crédito para elevar renda

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
03/10/2014 | 07:05
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O número de empréstimos consignados para aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) na região caiu 6,2% em agosto frente ao mesmo período do ano passado.

Segundo dados do órgão federal, os segurados realizaram 16.380 operações para desconto no benefício no oitavo mês deste ano. Em agosto de 2013, foram 17.472.

Apesar da queda, observou o assessor da diretoria da Associação dos Aposentados e Pensionistas do Grande ABC, Ewander Cesar de Morais, os segurados da previdência estão muito endividados com a modalidade. “Principalmente porque a aposentadoria não é o suficiente. Isso considerando também aqueles que ganham acima do piso.”

Segundo o INSS, as sete cidades contam com 333.425 aposentados e pensionistas. São 305.219 operações ativas até o fim de agosto, que somam R$ 1,28 bilhão de empréstimos que ainda têm parcelas para serem liquidadas.

A Instrução Normativa INSS/Pres número 28 de 2008 explica que é possível contratar um consignado “respeitada a quantidade máxima de seis contratos ativos para pagamento de empréstimo pessoal e um para o cartão de crédito do mesmo benefício.” Porém, há margem de 30% da renda, por parcela, e 20% quando o segurado também usar o cartão de crédito consignado, que por sua vez terá limite de 10% do benefício por parcela. Portanto, se hipoteticamente cada beneficiário mantém dois empréstimos, sendo um no plástico, seria o mesmo que quase cinco a cada dez aposentados endividados no consignado.

“Emprestam por quê? Não conseguem se manter só com aposentadoria. É para custear coisas que, muitas vezes, são vitais”, avaliou Morais. Ele explica o segundo ponto, que é a correção das aposentadorias, que prevê reajuste junto com o salário mínimo para os pisos, que sempre sobem mais do que a inflação, e os valores acima disso têm apenas o acréscimo do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) acumulado em 12 meses. “Várias vezes escuto relatos aqui de pessoas que estão emprestando consignado porque recebiam dez salários mínimos de benefício e agora isso diminuiu para três.”

A aposentada Nilza Maria Marcilio, 64 anos, moradora de Mauá, por exemplo, emprestou R$ 1.000 em agosto para comprar uma máquina de costura. “Sempre recebi o salário mínimo (de aposentadoria). Olha, vou dizer para você que não é suficiente. Estou tirando mais dinheiro para melhora a situação com minhas costuras.”

Antonio Cardoso de Santana, 68, por sua vez, pegou consignado de R$ 7.000 para reformar a casa. 




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