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Corpo de bebê baleado
em S.Bernardo é enterrado

Cerca de 200 pessoas acompanharam o sepultamento de
Pedro Henrique Patrocínio Manga, de apenas 1 ano e 8 meses

Drielly Gaspar e Rafael Ribeiro
Com AE
16/11/2012 | 09:09
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O corpo do bebê de 1 ano e 8 meses que foi baleado e morto dentro de um carro em São Bernardo por volta das 22h de ontem foi enterrado nesta sexta-feira, no Cemitério Vale da Paz, em Diadema.

Cerca de 200 pessoas, entre parentes e vizinhos, acompanharam o sepultamento de Pedro Henrique Patrocínio Manga. A cerimônia foi marcada por revolta e indignação. A mãe da criança, Tamires Santos Silva Manga, 22 anos, chegou a se descontrolar. "Eu não quero viver nesse mundo sem meu filho", disse a cabeleireira, visivelmente abalada.

O avô materno, José do Patrocínio Silva, 53 anos, motorista de transporte escolar, também lamentou a morte do neto caçula. "Eu não tenho mais como colocar nada na minha cabeça, só que mataram o meu neto. Ele era tudo pra gente. Estamos mais do que abalados, basta ver como está a minha filha."

Silva falou sobre o sentimento de impunidade. "O ruim é saber que tudo isso não vai dar em nada. Não existe lei. Será que vão fazer algo? Acho muito difícil", afirmou. "Meu neto perdeu a vida à toa. A polícia pode até prender (os criminosos), mas a gente sabe como funciona: eles pagam fiança e são liberados. Acabaram com a estrutura da minha família", completou.

O avô da vítima contou ainda como foram os últimos momentos de vida do garoto. "Ele passou o dia brincando com a avó e com mãe. Quando ele me abraçava, não queria mais sair do meu colo."

O crime - O técnico em fibra ótica Jurandy Luís da Silva, 20 anos, padrasto da vítima, estava ao volante do carro, um Celta preto, e era acompanhado da esposa, Tamires, que estava no banco do passageiro com o filho no colo. O casal voltava para casa pela Estrada Galvão Bueno, no bairro Batistini, após fazer compras em um supermercado.

Na altura do número 700, um Palio prata surgiu e o condutor tentou ultrapassar o Celta. Como era trecho de pista única, Jurandy não conseguiu abrir espaço. Mais para frente, ao passar pelo carro da família, um dos três ocupantes do Palio disparou três tiros contra o Celta, sendo que um deles atingiu Pedro Henrique.

Mesmo encaminhado para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Demarchi, o menino, ferido na cabeça, não resistiu. A mãe e o padrasto da criança saíram ilesos. Contudo, Tamires teve que ser conduzida a um hospital da região após comparecer à delegacia por estar em estado de choque.

A polícia acredita que o Palio prata estava fugindo depois de os suspeitos também terem baleado no pescoço Vitor Silva Pinto, 17 anos, que estava reunido com a namorada e um amigo em frente de uma casa, na mesma estrada. Ele também foi encaminhado à UPA Demarchi. Seu estado de saúde é considerado grave.

Os criminosos estão foragidos. O caso foi registrado no 3º DP (Assunção) do município. Segundo o delegado titular, Kazuyoshi Kewamoto, Vitor, a primeira vítima do grupo, já tinha cometido atos infracionais e há indícios de que o ataque seria para acertar dívidas. A família, porém, nega que ele tenha antecedentes criminais.

A polícia informou que duas câmeras de segurança de estabelecimentos comerciais podem ter gravado toda a ação e suas imagens serão usadas para tentar identificar os bandidos.




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