Dados do IPS Brasil 2024 mostram que Santo André, São Bernardo e São Caetano possuem ‘performance forte’ nos principais indicadores
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Três cidades do Grande ABC aparecem com boa classificação no IPS (Índice de Progresso Social), pesquisa criada pela Universidade de Harvard, pela Fundación Avina e pelo MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) que calcula desempenhos sociais e ambientais. São Caetano está na 14ª colocação entre os melhores municípios brasileiros para se viver, com 70 pontos e na classificação azul do ranking, que indica performance forte. Nessa mesma avaliação, estão São Bernardo (com 67,7 pontos e em 102º lugar) e Santo André (66,7 e em 195º).
Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra estão na classificação amarela (performance neutra), sendo que Rio Grande tem a pior colocação, em 1.772º lugar entre os 5.565 municípios avaliados (veja na tabela acima).
Na região, os melhores rendimentos são em relação a água e saneamento. Os piores referem-se a inclusão social.
Essa é a primeira vez que o levantamento IPS abrange todos as cidades do País. Ele analisa necessidades humanas básicas, fundamentos para o bem-estar e oportunidades. Em cada item, elementos como nutrição, cuidados médicos, segurança pessoal, moradia, acesso a informação e educação superior são analisados. A partir de agora, a pesquisa nacional será atualizada anualmente.
“O IPS é uma ferramenta que pode ajudar um território a compreender melhor a relação entre o seu progresso socioambiental e o desenvolvimento econômico, já que é possível fazer correlações entre o IPS e indicadores econômicos”, afirma o estudo.
Todas as cidades do Grande ABC se destacam na análise de água e saneamento, que inclui rede de distribuição, esgotamento sanitário e índices de abastecimento de água e perdas durante a distribuição – o índice mais baixo é de Mauá (com 79,5 pontos).
“Estou muito satisfeito em ver o IPS finalmente abranger todos os municípios do Brasil. Integrar essa metodologia em mais de 5.500 municípios em uma nação continental como o Brasil exigiu um mergulho profundo na diversidade sociocultural do País. Também exigiu perspicácia para trabalhar com institutos governamentais e de pesquisa, bem como com a sociedade civil, na busca de indicadores frequentemente atualizados”, declara Michael Green, CEO da Social Progress Imperative, organização responsável pelo IPS.
Green destaca que a pesquisa mostra onde estão as maiores necessidades do País e os avanços que podem ser replicados em outros lugares do mundo. Na região, todas as cidades têm performance neutra em relação à qualidade do meio ambiente, que analisa áreas verdes urbanas, emissões de CO2 (Dióxido de Carbono) por habitante, focos de calor, índice de vulnerabilidade climática e supressão da vegetação primária e secundária.
Em relação à saúde, todas as cidades o Grande ABC têm índices neutros, mas Santo André, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra possuem baixa classificação em cobertura vacinal da poliomielite. Cinco cidades têm performance fraca na classificação de inclusão social, que abrange paridade de gênero e raça na Câmara Municipal e violência contra indígenas, negros e mulheres. Apenas Santo André e Rio Grande da Serra possuem performance neutra nesse tópico.
Em 10 anos, Brasil despenca no índice
O Brasil foi de 46º lugar no IPS (Índice de Progresso Social) em 2014, início da série histórica, para 67º neste ano. De acordo com a pesquisa, as pontuações mostram que os níveis de desigualdade social e econômica se acentuaram nesses dez anos.
Segurança pessoal e nutrição são os dois tópicos com menores pontuações no índice geral do País. O IPS Brasil 2024 alcançou a pontuação 61,83 para todo a nação. Segundo o levantamento, a dimensão “oportunidades” é a que teve o pior desempenho, com 44,83 pontos. O tópico em que houve melhor nota foi “necessidades humanas básicas”, com 73,58 pontos.
Para Michael Green, CEO da Social Progress Imperative, organização responsável pelo IPS, os resultados mostram que o mundo se move lentamente para alcançar os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável). “As metas para 2030 parecem mais metas para o século 22.”
Apesar das dificuldades no Brasil, ele ressalta que há progresso social brasileiro, puxado pelo “sistema único de saúde inclusivo, o mais abrangente do mundo, e o sistema público de transferência de renda estabelecido no início do século, o qual tirou dezenas de milhões de pessoas da pobreza”.
Green diz, ainda, que o sucesso ou fracasso do Brasil é crítico para o Acordo de Paris e para a agenda ODS. “O país abriga entre 15% e 20% da biodiversidade mundial e possui a floresta amazônica, o maior reservatório natural de carbono do planeta”, lembra.
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