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Sábado, 27 de Abril de 2024

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Mauá
Marcelo admite colocar fim à Sama após acerto com Sabesp

Sem principal ativo, autarquia teria futuro só se atuasse com resíduos, diz prefeito de Mauá; departamento foi alvo de escândalos e moeda política

Raphael Rocha
18/07/2021 | 07:10
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 O governo do prefeito de Mauá, Marcelo Oliveira (PT), considera colocar fim à Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá), autarquia criada em 1994, pivô de escândalos e moeda de troca eleitoral e que, desde o ano passado, perdeu seu principal ativo: a gestão da distribuição de água no município.

Ao Diário, o petista admitiu que estudo feito pela equipe técnica do mandato para confecção da reforma administrativa avalia colocar fim ao departamento se ele não se mostrar viável.

“A Sama, para poder continuar, precisa conseguir fazer trabalho de resíduos sólidos, de drenagem. Se não for essa linha, não consigo enxergar que tenha de existir”, sintetizou Marcelo. Atualmente, esses serviços estão vinculados à Secretaria de Serviços Urbanos, comandada pelo ex-vereador Fernando Rubinelli (PTB). “Temos de definir logo porque logo vamos mandar para a Câmara o PPA (Plano Plurianual, que desenha os investimentos para os próximos quatro anos).”

A Sama foi criada em 1994 diante de intensas críticas ao trabalho da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) no município – à época, a autarquia municipal seguiu modelo de estruturas semelhantes desenhadas por cidades vizinhas, como a Saned (Companhia de Saneamento de Diadema).

Ao longo do tempo, virou ativo político para as eleições na cidade, em especial nas composições de segundo turno. O próprio ex-prefeito Atila Jacomussi (SD) estruturou sua campanha a deputado estadual quando foi superintendente da Sama na gestão do ex-prefeito Donisete Braga (ex-PT). Diniz Lopes, Júnior Orosco e Chiquinho do Zaíra foram alguns dos personagens políticos alçados à direção da Sama por parcerias eleitorais.

Essa combinação fez com que a Sama, aos poucos, fosse sentindo reflexos no dia a dia. Falta de investimento e acúmulo de dívida com a Sabesp colocaram em xeque o funcionamento da autarquia. Tanto que, no ano passado, Atila autorizou a devolução da gestão da distribuição de água para a Sabesp para zerar, ao longo de 40 anos, dívida na casa dos R$ 2,8 bilhões.

REFORMA
Marcelo antecipou que quatro secretarias serão extintas, passando por processo de fusão com outros departamentos. As secretarias de Trânsito e de Transporte serão uma só – sob gestão de Helcio Silva (PT) – assim como as de Trabalho e Renda e de Desenvolvimento Econômico (Nelsi Rodrigues da Silva, o Morcegão, será secretário); de Planejamento Urbano e de Meio Ambiente (Rômulo Fernandes); e Cultura e Juventude e de Esporte e Lazer (José Luis Ferrarezi).

“A Arsep (Agência Reguladora de Serviços Públicos) também será extinta por causa da Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo, a partir do acordo com a Sabesp)”, discorreu o chefe do Executivo. “Vamos ajustar cargos, não apenas os em comissão. Hoje percebo a dificuldade de encontrar quadros técnicos e, por isso, temos de valorizar os efetivos. Como a situação é difícil com relação ao aumento, podemos dar uma gratificação. Em especial na Secretaria de Finanças e no setor jurídico. Precisamos deixar um legado. Porque quando sairmos do governo, junto com os comissionados, queremos deixar a máquina estruturada, para que não haja sofrimento como eu sofri”, comentou Marcelo.

‘Repasse ao Nardini depende de avanço na vacinação’

A expectativa do prefeito de Mauá, Marcelo Oliveira (PT), em obter retorno do governo do Estado sobre pedido de ajuda financeira para o Hospital de Clínicas Doutor Radamés Nardini depende do avanço da vacinação contra a Covid-19 no território paulista.

Marcelo solicitou ao governador João Doria (PSDB) ajuda na ordem de R$ 3 milhões por mês, o que equivale a um terço do custeio mensal do equipamento – que demanda R$ 9 milhões dos cofres municipais, a despeito de ser uma unidade de atendimento regional, com pacientes de Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra e parte da Zona Leste da Capital.

O petista disse que o primeiro retorno obtido da Secretaria Estadual de Saúde foi o de que, avançada a vacinação e reduzidos os índices de ocupação de leitos de UTI por causa do novo coronavírus, o Estado se comprometeu a reavaliar o destino de aportes financeiros aos municípios para a área. É nessa reanálise que se encontra a situação do Hospital Nardini em Mauá.

Marcelo argumentou que o repasse de R$ 1 milhão mensal que Mauá recebia até a gestão de Atila Jacomussi (SD) se perdeu por falta de comprovação documental da utilização do dinheiro. “Precisamos desse recurso porque é uma demanda que o município, sozinho, sofre demais para arcar. Pedi o custeio de um terço. Vamos ver o que vai chegar. Mas estou esperançoso que venha. Mauá precisa demais de ajuda neste momento”, declarou o petista.




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