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Moreira de Acopiara ensina a fazer cordel
Luís Felipe Soares
Especial para o Diário
18/05/2008 | 08:02
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A arte do cordel volta à cena com o lançamento do livro Cordel em Arte e Versos (Editoras Acatu e Dona Dueto, 32 págs., R$ 17), do autor Moreira de Acopiara, morador de Diadema. O trabalho, que conta com xilogravuras de Erivaldo Ferreira da Silva, tem como objetivo ensinar a crianças, adolescentes e adultos a literatura de cordel. “É um livro bem didático e engraçado, voltado mais para os jovens”, explica o autor. O lançamento do livro ocorre domingo, às 16h, na Livraria Cultura do Shopping Villa-Lobos, em São Paulo.

Moreira conta, por meio de versos, uma breve história do cordel, citando sua própria trajetória e também os principais escritores do gênero. Ele ensina de maneira didática como desenvolver um texto, de acordo com a métrica necessária. Para exemplificar, utiliza o simpático cordel A Bicicleta, de sua própria autoria.

O livro também apresenta um pequeno guia de como ilustrar o cordel com xilogravuras. Todos as instruções de Moreira foram elaboradas em forma de versos.

A utilização do cordel como uma forma de ensinar aos jovens é apontada como uma boa alternativa. “O cordel é uma linguagem boa de ver e ouvir. A parte das rimas ajuda na memorização. É uma excelente ferramenta didática”, diz Moreira, que ministra oficinas de cordel em projetos da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. A idéia do livro surgiu após suas ‘lições’, repletas de poemas, chamarem a atenção de uma editora.

Passado – Natural da cidade de Acopiara, do interior do Ceará, Moreira de Acopiara é o nome artístico de Manoel Moreira Júnior. O rádio e o cordel eram, na infância dele, os únicos meios de informação. Naquela época, os poemas eram feito na capital cearense e depois vendidos no interior. Autodidata, Moreira aprendeu a ler e a escrever por meio desses textos. “Eu me alfabetizei com o cordel e me apaixonei pela poesia.”

Os versos iniciais foram criados aos 15 anos, mas o primeiro cordel foi publicado apenas dez anos depois. Hoje, o autor já acumula mais de 100 folhetins. “Fazer cordel é fácil, difícil é ter um bom tema”, ressalta, lembrando que antigamente eram abordados assuntos populares, como a trajetória de Lampião. Hoje, os versos tratam de atualidades, muitas vezes com um tom crítico.




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