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Latas podem ter redução de imposto
Cibele Gandolpho
Com AE
06/04/2010 | 07:00
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A indústria de latas de alumínio para refrigerantes e cervejas pediu ao Ministério da Fazenda a redução da alíquota de importação das latinhas de 16% para zero, pelo menos até 31 de dezembro. O motivo é que a importação das embalagens tem subido acima do normal nos últimos meses, devido ao fato de a indústria brasileira de latas não estar dando conta do forte consumo dessas bebidas neste início de ano.

Com a redução da alíquota, o setor quer evitar aumento nos custos de produção e, consequentemente, nos preços dos produtos. Segundo o diretor executivo da Abralatas (Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade), Renault Castro, "as importações vão ser sempre mais caras para a indústria nacional de bebidas, devido aos custos com frete", afirma.

A entidade estima que 2010 fechará com a falta de 1,5 bilhão de latas de alumínio, por causa do aumento no consumo dessas embalagens em 10% e também da alta das vendas em 10% de refrigerantes e cervejas.

O Sindicerv (Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja) é uma das associações ligadas ao mercado de bebidas que pediram à Fazenda para reavaliar o imposto. O presidente do sindicato, Ênio Rodrigues, não sabe precisar em quanto as importações em excesso podem encarecem a produção da bebida, mas acredita que, com a redução do Imposto de Importação, não haverá pressão significativa sobre os custos.

"O ministério estuda sistema de cotas para a redução das barreiras. A medida ainda não foi liberada, mas aguardamos a publicação de instrução normativa ainda neste mês", diz.

PRODUÇÃO - O consumo de latas de alumínio no País em 2009 surpreendeu o mercado e apresentou crescimento muito superior ao registrado por outros setores da economia.

Dados da Abralatas mostram aumento de 11,7% sobre o ano anterior. Isso representa o consumo de 14,8 bilhões de unidades ou 40,5 milhões de latas de alumínio por dia. A informação demonstra a consolidação do setor, que resistiu ao impacto da crise financeira internacional em 2008.

Os fabricantes de latas têm investido nos últimos meses no aumento de capacidade, já que o produto está em falta desde o fim do ano passado (leia ao lado). "Mesmo se conseguirmos a redução da alíquota, a indústria não vai conseguir atender a toda a demanda de bebidas", diz Castro, da Abralatas. "A diminuição permitirá que o mercado seja adequadamente suprido a preço menor do que o das importações com alíquota de 16%."

O presidente da Abrir (Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e Bebidas Não Alcoólicas), Hoche Pulcherio, é da mesma opinião de Castro. "Até que os fabricantes de latas aumentem a capacidade de forma significativa, eles não terão condições de responder à demanda da indústria de bebidas nacional."




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