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Os deputados percorrerao um trajeto de 450 quilômetros entre Sao Paulo e Rio de Janeiro, realizando as mesmas paradas efetuadas por Kubitschek, com a ajuda do inspetor da Polícia Rodoviária Federal, Joao Bernardo, que prestou socorro ao ex-presidente e ao seu motorista Geraldo Ribeiro no dia do acidente.
A comissao começa o percurso ao meio-dia, na Churrascaria OK, na Marginal Tietê, e pára em seguida no Posto Pedras Pintadas, localizado entre as cidades de Roseira e Aparecida. Segundo testemunhas, um casal de paranaenses reconheceu o ex-presidente e pode ter tirado sua última fotografia, pouco antes de Kubitschek dirigir-se a uma gruta próxima.
O próximo ponto de parada será o hotel-fazenda Vila-Forte, do brigadeiro Milton Junqueira Vila-Forte, amigo do general Golbery e um dos criadores do serviço secreto brasileiro. No sítio, os parlamentares pretendem ouvir o filho do militar, Gabriel Vila-Forte, que hoje administra a propriedade da família. Uma das suspeitas levantadas pelos adeptos da teoria de que JK sofreu um atentado é a de que o automóvel em que ele viajava foi sabotado no sítio.
Os deputados também vao fazer o reconhecimento do local do acidente e pretendem ouvir Wilson Tadeu Vidal, filho do delegado responsável em Rezende, na época, Vanderlei Guilherme, que comandou os trabalhos no local do acidente. "Agora que temos o laudo pericial completo, queremos reconstituir os detalhes da cena, principalmente na curva que provou o acidente", justifica o presidente da comissao, deputado Paulo Octávio (PFL-DF), casado com uma neta de JK.
Os integrantes da comissao também solicitaram audiência com o ministro da Relaçoes Exteriores, Luiz Felipe Lampreia, para que o Itamarati tente entrar em contato com o general Manoel Contreras, preso no Chile, acusado de assassinar o ministro das Relaçoes Exteriores chileno Orlando Letelier. Contreras enviou uma carta ao entao presidente Joao Baptista Figueiredo, alertando para o perigo de atividades políticas de líderes da América Latina, como Juscelino Kubitschek.
Apesar de as investigaçoes da comissao apontarem para a existência de acidente, os deputados querem esclarecer se Kubitschek era alvo da Operaçao Condor. A comissao quer ouvir os dois norte-americanos que executaram Letelier e ajudaram a CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos, a desvendar o assassinato.
"Queremos os documentos do processo e ouvir os cidadaos americanos para comprovar se, assim como Letelier, a Operaçao Condor visava Juscelino", explica o relator da comissao especial, deputado Osmânio Pereira (PMDB-MG).
Os deputados também decidiram ouvir o depoimento do motorista do ônibus da Viaçao Cometa, Josias Nunes de Oliveira, que teria sido o culpado pelo acidente que provocou a morte do ex-presidente, e de Paulo Oliver, passageiro do ônibus e uma das testemunhas.
Oliver prestou depoimentos diferentes no inquérito que investigou o acidente. No primeiro depoimento, de cinco laudas, ele afirma ter visto um clarao, o desvio do carro e o choque com a carreta que vinha em sentido contrário. Pouco depois, em depoimento de uma página, o passageiro atribuiu o clarao aos faróis de automóveis. "Queremos ver qual a versao oficial dele", diz Pereira.
A comissao vai solicitar ainda à Associaçao Nacional de Peritos que indique técnicos para examinar os laudos entregues pelos peritos que realizaram o laudo no local do acidente. O perito de Belo Horizonte, Alberto Carlos de Minas, que participou da reabertura das investigaçoes e contesta versao oficial de acidente, também deverá ser ouvido pela comissao.
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