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A psicóloga Magdalena Ramos, coordenadora do Núcleo de Casal e Família da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica), explica que os filhos, em geral, são muito ciumentos e por isso passam a vida controlando o que os pais fazem. “Mesmo que eles (os pais) tratem todos os filhos com igualdade, um sempre vai achar que o outro está tendo vantagens”, disse.
“Sempre me acusam de gostar mais de um que do outro”, contou a dona de casa Penha Maria Caldo da Silva, de São Caetano, mãe de dois meninos: Guilherme, 9 anos, e Giovanni, 7. Mas, segundo ela, isso não acontece porque toma partido durante discussões dos filhos. “Sempre procuro saber o motivo da desavença e explicar que irmãos não podem brigar”, disse. E o motivo, nesse caso, quase sempre é a disputa por brinquedos, principalmente pelo videogame.
Guilherme, o irmão mais velho, disse acreditar que a mãe gosta mais de Giovanni. “Ela sempre diz que eu começo as brigas e que não obedeço”, contou. Para a psicóloga Magdalena Ramos, numa briga entre irmãos é difícil saber quem tem razão. Por isso, o melhor a fazer é deixar que eles resolvam a desavença. “A briga quase nunca começa na presença dos pais, e aí fica perigoso defender alguém.”
De acordo com ela, os pais devem se meter somente quando as brigas passam a ser agressivas, impedindo o relacionamento. “Mesmo assim eles têm de tomar cuidado, e procurar saber qual é a causa dessa atitude”, explicou.
A psicopedagoga Liliane Rodrigues Lucarini, mãe de duas meninas – Isabela, 6 anos, e Laressa, 7 –, disse que prefere ficar longe das brigas das filhas. “Acredito que elas tenham de aprender a resolver os problemas desde cedo”, justificou.
Ela contou que só interfere quando as meninas pedem ajuda. “Mesmo assim, não dou razão para uma delas, muitas vezes nem quero saber quem fez o que. Apenas pego o motivo da briga, muitas vezes um brinquedo, e tiro das duas durante um tempo.”
Para Liliane, a não-intromissão dos pais nas brigas ajuda a diminuir as desavenças. Ela disse acreditar que, no caso de suas filhas, a pouca diferença de idade – apenas um ano – também faz com que as brigas sejam menos constantes. “Elas têm o mesmo interesse, e isso ajuda a se darem bem.”
A diferença de idade é uma das causas das brigas entre o estudante Eric Klingenhoff Berno, 10 anos, e sua irmã adolescente, sete anos mais velha. “Brigamos muito, quase todo dia, e o motivo quase sempre é a televisão ou o rádio. Quero assistir um programa diferente ou ouvir um outro tipo de música”, disse o menino. Segundo ele, seus pais geralmente acabam interferindo nas brigas e dando razão para a irmã mais velha. “Às vezes fico triste, mas sei que não é porque eles gostam mais dela. Sei que sou mais arteiro mesmo.”
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