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Marcinho VP disse também que 80% dos envolvidos nessa atividade ilícita nao têm opçao de sustento. "Na favela, as pessoas nao têm oportunidade de ser ser humano", afirmou.
"O tráfico no Rio é violento e vai ficar mais ainda, se nao for tratado como problema social." O relator da CPI do Narcotráfico, Moroni Torgan (PFL-CE), considerou uma "embromaçao" o depoimento de Marcinho VP.
"Mas ele deu uma informaçao importante: mostrou a sofisticaçao no recrutamento do narcotráfico, com cunho ideológico", afirmou Torgan. O deputado pretendia realizar ainda nesta quinta uma sessao secreta para tentar convencer o traficante a revelar o nome dos que financiam do narcotráfico.
Na sessao pública, Marcinho VP nao revelou a identidade dos chefes do narcotráfico. Referindo-se aos parlamentares como "mestre", ele disse que negociava também com traficantes bolivianos. O depoimento de Marcinho VP era esperado porque, além de ter controlado o tráfico no Morro Santa Marta, no Rio, ele envolveu-se recentemente no noticiário por ter recebido dinheiro do cineasta Joao Salles para escrever um livro.
O traficante confirmou ter pago propina a policiais militares para conseguir traficar. "Pagava de 200 a 300 reais por dia para ter um jeito de eles deixarem o tráfico rolar", explicou "Marcinho VP". Ele também afirmou que se iniciou no narcotráfico quando tinha 16 ou 17 anos.
Marcinho VP, que tem 30 anos, afirmou que os políticos somente "sobem o morro" para buscar voto e nao ajudar o povo. Segundo ele, o Rio vive hoje sob o regime militar. "Tem toque de recolher nos morros", afirmou. "Mas as armas e as drogas nao sao feitas no morro", concluiu.
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