Não fosse a imprevisibilidade do futebol seria impossível imaginar outro resultado que não seja o título do Brasil, hoje, às 17h, no Maracanã, na decisão da Copa América contra o Peru. Afinal, no encontro entre as seleções na primeira fase, os anfitriões golearam por 5 a 0. Além disso, o escrete canarinho é muito mais qualificado, tanto que, com exceção de Everton, todos os outros titulares atuam na Europa, enquanto os peruanos, curiosamente, tem três dos seus principais destaques atuando no Brasileirão: Trauco, Cueva e Guerrero.

Mas o futebol é apaixonante justamente porque nem sempre o melhor vence. Tite sabe bem disso e tenta brecar a euforia por troféu que não vem desde 2007, além de demonstrar preocupação com o momento emocional do Peru, que eliminou dois favoritos ao título no mata-mata – Uruguai e Chile – e chega fortalecido para a final.

A partida marca o reencontro da Seleção Brasileira com o Maracanã, o que não acontece há 84 jogos: desde a final da Copa das Confederações de 2013, quando venceu a Espanha, por 3 a 0. Independentemente do resultado, marcará algumas despedidas, já que após o jogo o coordenador Edu Gaspar encerra seu ciclo para assumir cargo executivo na diretoria de futebol do Arsenal, da Inglaterra, colocando fim a parceria com Tite, que começou no Corinthians e permaneceu durante os três anos do treinador à frente da Seleção Brasileira.

Há quem diga que Tite também pode estar de saída. Caso isso ocorra, será por vontade do treinador, já que a CBF emitiu nota dizendo que o técnico segue prestigiado independentemente do resultado.

TIME
A única dúvida na escalação brasileira é a lateral esquerda. Recuperado de lesão na coxa direita, Filipe Luís treinou normalmente com bola e pode retomar a titularidade no lugar de Alex Sandro. Já Willian, também com lesão na coxa direita, está fora de combate.

Quem está garantido e certamente ansioso é o lateral-direito Daniel Alves. Jogador mais vitorioso da história do futebol, com 39 títulos, ele pode ampliar o domínio e, como capitão, terá a honra de levantar o troféu. “Para mim, isso é o de menos. O que a gente quer é lutar até o final e coroar esse trabalho excepcional. Todo o conjunto vem se dedicando muito por um objetivo. Manter os pés no chão porque falta conquistar o objetivo”, comentou.

PERU
Ricardo Gareca não deu pistas em relação ao time que pretende mandar a campo e não sabe se terá o atacante Edison Flores, que foi substituído durante a vitória por 3 a 0 sobre o Chile. Ele tenta se recuperar de dores no tornozelo direito.

O Peru conquistou o título pela última vez em 1975, ano em que eliminou justamente o Brasil na semifinal, após polêmico sorteio que serviu para definir o classificado à decisão.