Largar um emprego de mais de dez anos para seguir um sonho. Para muitos, isso é considerado ‘loucura’. Em 2003, o então técnico em eletrônica Stéfano Corrêa, de Itu, decidiu arriscar e começou no jiu-jítsu.
Na infância, Stéfano chegou a praticar judô, mas parou para focar nos estudos e no trabalho. Por meio de um amigo, conheceu o jiu-jítsu. “Na primeira aula quase não voltei depois, era muito puxado”, relembrou. “Tive sorte até de ter um lugar para praticar na minha cidade. Naquela época (o jiu-jítsu) não tinha a popularidade de hoje.”
Depois de dois anos conciliando o trabalho com os treinamentos, decidiu abandonar de vez a profissão para se tornar lutador profissional “Minha mãe ficou louca, quase me matou”, brincou Stéfano. “Lembro que minha avó criticou bastante, dizia que era errado e eu ia me machucar muito”, completou.
Quase 15 anos depois, Stéfano levantou títulos estaduais, nacionais e até internacionais no esporte. E as críticas se transformaram em apoio. “Hoje em dia eles me seguem nas competições e sabem o quão bom é o esporte”, declarou Stéfano que, além de faixa preta, é professor de jiu-jítsu.
A modalidade passa por teste na 81ª edição dos Jogos Abertos do Interior – e tem a aprovação de quem participou. “O nível de competitividade está altíssimo, São Paulo é uma potência nacional no jiu-jítsu”. comentou Stéfano, que levou o título na categoria até 88 kg, representando Itu.
“O cenário competitivo do jiu-jítsu agora precisa ser inserido com mais qualidade, para que o público conheça o esporte, a disciplina que existe por trás”, explicou ele. O lutador afirma que ainda existe preconceito com a modalidade.
Ribeirão Pires conta com lutador polivalente na Olimpíada Caipira
Faixa preta no judô, atleta profissional na luta olímpica, e, agora, lutador de jiu-jítsu. Representando a cidade de Ribeirão Pires, Igor Galvão Antunes mostra versatilidade nos tatames dos Jogos Abertos do Interior.
Depois de competir na luta olímpica na segunda-feira, Igor enfrentou adversários maiores e mais experientes ontem, na disputa do jiu-jítsu, chegando até a vencer um oponente faixa preta – Igor é apenas faixa roxa.
“O nível está bem forte. Estou lutando junto de gente graduada, experiência muito boa”, disse ele, que irá focar seu aperfeiçoamento no jiu-jítsu apenas.
Segundo o lutador, a experiência em várias modalidades o tem auxiliado na Olimpíada Caipira. “Esses três esportes se complementam. O judô, por exemplo, ajuda muito na parte “em pé”, do jiu-jítsu. O que muda bastante são as regras”, contou Igor.
Seu primeiro contato com a luta foi no judô, no qual se especializou e, depois, progrediu para a luta olímpica.
“Estava com a cabeça cheia dos desgastes do treino do judô e acabei largando. Agora, meu foco é ficar mais forte e graduar no jiu-jítsu, adquirir a faixa preta”, afirmou Igor.
O lutador de 24 anos treina em São Paulo, mas representa Ribeirão Pires nos Jogos Abertos do Interior a pedido de um amigo.
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