Política Titulo Na prática
Sidão corta cargos,
mas aumenta gastos

Aprovada na terça, a reforma administrativa da
Câmara de S.Caetano custará R$ 450 mil ao ano

Júnior Carvalho
Especial para o Diário
18/06/2014 | 07:14
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Denis Maciel/DGABC


A reforma administrativa promovida pelo presidente da Câmara de São Caetano, Sidnei Bezerra da Silva, o Sidão da Padaria (PSB), cortará 22 vagas comissionadas do Legislativo, mas aumentará as despesas com pessoal em R$ 450 mil por ano. Na sessão de ontem, os vereadores aprovaram projeto do socialista que prevê extinção de cargos apadrinhados, mas em contrapartida cria funções mais caras aos cofres públicos. A medida foi avalizada por unanimidade em duas sessões seguidas.

Pelo projeto, Sidão extingue 66 vagas em comissão e cria 44, também de livre provimento. No entanto, os cargos readmitidos pelo socialista são os que possuem maiores salários, segundo a tabela de referências salariais do Legislativo. Ou seja, na prática, o corte de cargos causará acréscimo aos cofres públicos. Alguns dos cargos extinguidos são os de assessor parlamentar 1 e assessor parlamentar 2, cujos vencimentos são de R$ 5.753,83 e R$ 3.967,50, respectivamente, por mês. Essas duas funções serão substituídas pelos cargos de assessor político externo e de assessor político interno, que possuem vencimentos de R$ 10.320,14 e R$ 8.493,94 mensais, respectivamente.

As mudanças ocorrem depois de o Ministério Público orientar ao Legislativo a adequar o quadro de pessoal da Casa e igualar a quantia de funcionários concursados aos comissionados. Mas as alterações idealizadas por Sidão custarão R$ 34 mil por mês a mais, acréscimo de 8,8% no gasto com a folha de pagamento. Atualmente, as despesas com pessoal giram em torno de R$ 2,5 milhões mensais.

O Diário tentou questionar Sidão sobre as alterações, mas o parlamentar não quis conversar com a equipe de reportagem. “Não vou falar com você (repórter). Nem venha atrás de mim, não sou obrigado a falar com ninguém, é meu direito”, alegou o socialista.

Sidão deixou o plenário irritado com o adiamento da votação do plano de cargos e salários dos servidores do Legislativo, menina dos olhos do parlamentar. A Casa adiou a medida por duas semanas, alegando que as mudanças não foram bem explicadas e que necessita ser estudada antes de ir à votação. “Não tem como votar um projeto dessa envergadura de uma hora para a outra”, argumentou o líder do governo, Jorge Salgado (Pros).




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