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Jogadores comentam estilo ‘professor durão’ de Souza

Treinador cobra os atletas do São Bernardo
na preparação para Copa SP de Futebol Júnior

Dérek Bittencourt
01/01/2017 | 07:00
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Anderson Silva/DGABC


O apito soa e o treino para. Não há tempo para silêncio, porque logo uma voz firme ecoa pelo Estádio do Baetão: “assim, não, meu filho”. Após a bronca, a atividade recomeça, mas logo acontece nova paralisação. “O que eu falei para vocês?”, grita. Este é o estilo enérgico e durão do técnico Souza, que mais uma vez estará à frente do São Bernardo para a Copa São Paulo de Futebol Júnior. Lidando com jogadores a partir de 16 anos, ele tem missão mais complexa do que treinar, mas ensinar e controlar o ego dos meninos.

Sua exigência, entretanto, é elogiada pelos atletas, que já dizem estar acostumados ao perfil do treinador. “Ele quer nos ensinar quando a gente erra, porque com os erros aprende. Estamos acostumados, todo dia ele é assim”, disse o meia Samuel. “Levo como conselho. Está sempre orientando a gente e tenho certeza que é para o meu bem”, completou o lateral-direito Messias.

Porém, mesmo sabedores desse perfil do comandante, nem todos os atletas assimilam as chamadas de atenção. “O Souza pega bastante no pé mesmo. Às vezes a gente fica chateado, mas sabe que é para o bem. Alguns jogadores não aceitam a cobrança, isso é normal. Não vai agradar a todos, porque todo mundo quer jogar. Antes estava com muita briga, mas está melhorando”, comentou o volante Alex. “Às vezes o garoto acha que está melhor que o outro, mas isso fica para nós decidir”, posicionou-se o próprio Souza.

Apesar de jovens, os jogadores demonstram personalidade, como o zagueiro Nicolas – um dos alvos preferidos de Souza nas broncas –, ao falar sobre o treinador. “O professor é bem exigente, mas isso é bom para a gente. O cara que não é cobrado quer dizer que não pode dar mais, ou seja, eu ficaria triste se não gritasse meu nome. Fico feliz porque ele sabe que posso melhorar. Erro, porque sou humano, mas também posso dar mais. É sempre bom ser lembrado.”

Segundo Souza, trabalhar com os jogadores no último degrau antes de partirem à profissionalização é um desafio. E ter esse estilo é necessário. “Precisa cobrar para que não cheguem ao profissional e tenham de corrigir tudo de novo. Então procuro passar tudo para eles, em termos técnicos, táticos, maneira de se postar em campo, para quando subir só dar a sequência natural”, contou ele, que também encontra tempo para sorrir. “A gente procura, além de cobrar, descontrair também o ambiente”, concluiu. 




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