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Deputados poem fogo na lei do mínimo
Do Diário do Grande ABC
24/03/2000 | 15:59
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Um grupo de deputados da comissao especial da Câmara que estuda o valor do novo salário mínimo queimou nesta sexta, no Salao Verde da Câmara, um exemplar do Diário Oficial em que está publicada a medida provisória que reajustou o salário mínimo para R$ 151.

A manifestaçao foi feita pelos deputados Paulo Paim (PT-RS), Luiz Antônio Medeiros (PFL-SP), Caio Riela (PTB-RS), Eurípedes Mirada (PDT-RO) e Clementino Coelho (PSB-PE). Riela anunciou que a partir de agora nao se submeterá às orientaçoes do PTB, que formou um bloco com o PSDB.

O restante dos deputados que compareceram à sessao da Câmara nao-deliberativa desta sexta concentrou seus discursos na crítica ao novo valor do salário mínimo e na forma como foi anunciado pelo governo federal.

O presidente da comissao especial que discute a matéria na Câmara, deputado Paulo Lima (PFL-SP), disse que a comissao se sentiu surpresa pelo valor, mas continuará trabalhando para elevar o número do governo. "Teremos a capacidade de oferecer alternativas antes do dia 3 de abril, para que se ofereça salário maior", disse Lima.

O deputado Paulo Paim (PT-RS) disse que "está em jogo a democracia, os homens públicos e os partidos políticos". Segundo o deputado, o povo nao entenderá que os mesmos partidos que ontem estavam defendendo salário equivalente a US$ 100 digam hoje que "era tudo brincadeirinha".

O deputado Luiz Antônio Medeiros (PFL-SP) apoiou as críticas de Paim e disse que vai exigir do seu partido coerência na rejeiçao ao valor proposto pelo governo. Medeiros participou da 'cerimônia' da queima da le. "O partido me incentivou (na luta pelo mínimo equivalente a US$ 100) e disse que nao apoiaria a proposta de R$ 151", afirmou Medeiros.

O deputado Caio Riela (PTB-RS) citou em um aparte a Paim declaraçoes do presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhaes (PFL-BA), nas quais o senador afirmava que um aumento de R$ 15 ao mínimo era impossível de ser aceito pelo Congresso e que se a Casa aceitasse a proposta nao merecia existir. "Tomara que o senador Antônio Carlos Magalhaes mantenha sua palavra", afirmou Riela.

O deputado Synval Guazzelli (PPB-RS) considerou um grave erro político do Palácio do Planalto a forma como foi feita a fixaçao do valor do mínimo. Ele disse que os parlamentares foram chamados apenas para ouvir a definiçao do governo e nao para discutir os estudos que estavam sendo feitos pela comissao especial da Câmara. "Enquanto estávamos trabalhando, o governo decidiu num canetaço", afirmou.




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