Brickmann Titulo
Mas é Carnaval

Chega de política, é Carnaval. Carnaval é nossa cultura, é nossa história

Do Diário do Grande ABC
07/02/2016 | 07:00
Compartilhar notícia


Chega de política, é Carnaval. Carnaval é nossa cultura, é nossa história.

“Um lindo apartamento com porteiro e elevador/e ar refrigerado para os dias de calor” – Aurora, Mário Lago e Roberto Roberti.

“Daqui não saio, daqui ninguém me tira” – Daqui Não Saio, Paquito e Romeu Gentil

“Mamãe, eu quero/Mamãe, eu quero/Mamãe, eu quero mamar” – Mamãe, Eu Quero, Jararaca e Vicente Paiva.

“Ei, você aí, me dá um dinheiro aí” – Me dá Um Dinheiro Aí, dos irmãos Glauco, Ivan e Homero Ferreira.

“Se a polícia por isso me prender/ mas na última hora me soltar/Eu passo a mão no saca, saca-rolha/Ninguém me agarra/Ninguém me agarra” – As Águas Vão Rolar, Waldir Machado, Zé da Zilda e Zilda do Zé.

“Tentando a subida desceu”, Conceição, Dunga e Jair Amorim.

“Não é ouro nem nunca foi/a coroa que o rei usou/é de lata barata, e olhe lá, borocochô” – A Coroa do Rei, Haroldo Lobo e David Nasser.

“Ai, ai, ai, ai, tá chegando a hora” – Cielito Lindo, Quirino Mendoza y Cortés, versão de Rubens Campos e Henricão

“Cai, cai, cai, cai/quem mandou escorregar/cai, cai, cai, cai/eu não vou te levantar” – Cai, Cai, Roberto Martins.

“Agora é cinza/tudo acabado e nada mais” – Agora é Cinza, Bide e Marçal.

O Brasil em
verso e música
Carnaval é cultura e história – por isso, é bom relembrar o nome e os autores dessas canções que, embora antigas, descrevem tão bem os fatos de hoje.

Bandeira branca
Vale a pena prestar atenção não apenas naquilo que Gilberto Carvalho, um dos principais aliados de Lula, seu amigo de fé e irmão camarada, petista entre os petistas, diz sobre a situação. Vale a pena pensar sobre o real significado de suas palavras. Gilberto Carvalho diz que receber presentes de empreiteiras não compromete aquilo que considera a inatacável trajetória política do ex-presidente. Mas, quando lhe perguntaram se o ex-ministro José Dirceu também não teria sido comprometido, respondeu: “Não, o Dirceu eu não vou citar, o Dirceu é muito complexo para eu citar.” Até agora, Gilberto e Lula falaram a mesma língua. A maior diferença entre eles é que Gilberto pronuncia os plurais.
Traduzindo, José Dirceu foi abandonado por Lula. E, portanto, pelo PT.

Cada vez aumenta mais
E, como é Carnaval, busquemos o que há de profundo nas declarações de Gilberto Carvalho na esplêndida marchinha de Frazão e Roberto Martins, sucesso de 1945, O Cordão dos Puxa-Saco: “Vossa Excelência, Vossa Eminência/ Quanta reverência nos cordões eleitorais/Mas se o Doutor cai do galho e vai pro chão/A turma logo evolui de opinião”.
Até José Dirceu, capitão do time, ficou muito complexo para ser defendido.

A canoa virou
Política é como nuvem, uma hora está de um jeito, no momento seguinte está de outro. Mas tudo indica que este ano será pouco produtivo. Agora é Carnaval, as manchetes são da Lava Jato, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, apesar de sua fenomenal resistência, dificilmente conseguirá mover-se no meio de tantos processos, o presidente do Senado, Renan Calheiros, volta a enfrentar os fantasmas do passado, agora em fase de julgamento. Há as festas juninas, que esvaziam os plenários; há os Jogos Olímpicos logo depois; e as eleições municipais.
Seja o ano produtivo ou não, porém, Dilma já teve uma boa amostra de seus problemas parlamentares: na primeira medida provisória do ano, foi derrotada com folga. Como diz a marchinha do grande João de Barro, “Menina, larga o remo/pula n’água, marujada/pula n’água, pula n’água/ que a canoa tá furada”.
A fonte secou
Dos partidos da base aliada, o PT votou com Dilma, o PMDB teve empate. O PP a derrotou por 21 deputados a cinco; o PR, por 18 a dez; o PTB, por 15 a três. No PSD, cujo presidente Kassab é ministro das Cidades, Dilma apanhou por 22 a um.

Quem sabe, sabe
O PT tapou a boca de quem achava que era impossível substituir à altura seu inacreditável líder Sibá Machado. E tapou duas vezes: primeiro, ao encontrar um substituto perfeito para Sibá, o gaúcho Paulo Pimenta. Segundo, ao conseguir achar outro nome da mesma consistência, e que derrotou Paulo Pimenta na luta pela liderança. O novo Sibá Machado, igualzinho ao anterior, é o deputado baiano Afonso Florence. Aliás, Florence não é igual a Sibá: é um Sibá aperfeiçoado. Elegeu-se com doações das empreiteiras UTC e OAS, ambas participantes de praticamente tudo que está sendo investigado pela Operação Lava Jato; e também com doações do ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli – um administrador que se notabilizou por assumir a empresa quando seu valor de mercado estava perto dos US$ 400 bilhões e por deixá-la com valor inferior a 10% do inicial. Mas tudo tem seu lado bom: se Florence chegou lá, Pimenta não chegou. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;