Esportes Titulo Em meio à pandemia
Governo paralisa o esporte, mas futebol quer continuar

Federação Paulista e dirigentes decidem manter atividades, mesmo que em outro Estado

Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
12/03/2021 | 00:01
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Pixabay


Dirigentes dos 32 clubes que disputam as séries A-1 e A-2 do Campeonato Paulista e integrantes da FPF (Federação Paulista de Futebol) se reuniram virtualmente ontem para discutir a sequência da competição e, apesar da determinação divulgada mais cedo pelo governo estadual para que as atividades esportivas coletivas sejam suspensas a partir de segunda-feira, seguindo recomendação do MP-SP (Ministério Público de São Paulo) em razão do aumento nos números de casos e mortes de Covid-19 e a falta de leitos para tratamento da doença, as competições deverão prosseguir em atividade, mesmo que em outro Estado.

Informações dão conta de que Rio de Janeiro, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul teriam se colocado à disposição da FPF para receber as partidas durante os 15 dias nos quais São Paulo ficará na fase emergencial do Plano São Paulo de combate ao novo coronavírus. Já a jornada deste fim de semana está mantida normalmente.

Na segunda-feira pela manhã, os presidentes dos clubes tentarão participar da reunião prevista entre FPF, MP e o governador João Doria (PSDB) para tentar fazê-lo abrir uma exceção ao futebol paulista, baseados no rígido protocolo que é realizado desde o ano passado para impedir a disseminação do vírus entre as delegações. Já na parte da tarde vai ser decidido o rumo que as competições terão.

“A unanimidade dos clubes é pela continuidade do campeonato, que não será paralisado e será concluído em 23 de maio, seja dentro do Estado de São Paulo ou fora”, afirmou o presidente do Santo André, Sidney Riquetto. “Na minha opinião e na dos clubes, pelo que vimos, seria ótimo se o campeonato continuasse e terminasse dentro de São Paulo. No futebol, os protocolos ajudam no combate à disseminação da Covid, não o contrário. O futebol não é ameaça. Seria ótimo se todos os setores tivessem as condições de adotar os protocolos que temos. O principal objetivo é que MP, governo, comitê de contingência, sociedade e imprensa entendam como nós, clubes, e a FPF, entendem a segurança do protocolo adotado pelo futebol”, complementou o executivo de futebol do Ramalhão, Edgard Montemor Filho.

De acordo com o presidente da Federação, Reinaldo Carneiro Bastos, a intenção é dialogar e, sobretudo, manter os campeonatos na ativa. “Queremos jogar em São Paulo, mas se não houver possibilidades, podemos fazer os jogos em Minas Gerais, no Rio de Janeiro ou Mato Grosso. Isso ainda não foi proposto aos clubes porque queremos atuar em São Paulo”, disse o mandatário à Rádio Bandeirantes. “Todos os profissionais das Séries A-1 e A-2 foram favoráveis à sequência. Não vi nenhuma discussão científica, só uma determinação do Ministério Público, num momento do futebol em que todos os profissionais são testados diariamente, com rígidos protocolos”, complementou o dirigente.

Em nota, a FPF pontuou que “desde o reinício dos jogos no ano passado, foram mais de 35 mil testes realizados por árbitros, atletas, profissionais e funcionários dos clubes de São Paulo”.

POR OUTRO LADO
Apesar dos protocolos, no entanto, o futebol paulista teve de lidar com perdas pela Covid. O São Bernardo FC, por exemplo, acabou tendo o técnico Marcelo Veiga como vítima da doença em dezembro. O vírus ainda levou o roupeiro do Novorizontino, Ferrugem, na terça-feira. Já no Amazonas, na semana passada, o ex-treinador do Tigre Ruy Scarpino também morreu. 




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