Esportes Titulo Mundial de Clubes
Loucos pelo Timão
preparam embarque

Médico será um dos representantes da região na torcida
pelo bi do Corinthians no Mundial de Clubes no Japão

Marco Borba
do Diário do Grande ABC
02/12/2012 | 07:00
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A ida do bando de loucos ao Japão para acompanhar o Corinthians no Mundial de Clubes está garantida. De malas prontas, visto e passaporte em mãos, o ginecologista e vereador em Santo André, Marcelo Chehade (PSDB), embarca para Los Angeles na quinta-feira com mais seis amigos, entre eles os empresários Roberto Molina e Ronaldo Esteves.

Mas a torcida dos andreenses pelo bicampeonato do Timão vai render dividendos a outras modalidades esportivas. Eles vão aproveitar o roteiro e descontos oferecidos pelas companhias aéreas para gastar em outros "palcos".

Ao término do Mundial de Clubes, o grupo fará escala no Havaí para acompanhar algumas baterias do Mundial de Surfe.

"A companhia aérea fez promoção com descontos para quem ficasse alguns dias em Los Angeles. Por conta disso, resolvi dar uma quebrada na viagem. Ficaremos três dias em Los Angeles e, depois do Mundial, cinco dias no Havaí", comentou o vereador, que fará sua primeira viagem internacional para torcer pelo campeão da Libertadores de 2012.

Segundo Marcelo Chehade, cerca de 50 andreenses irão ao Japão torcer para que o Corinthians conquiste o bicampeonato mundial.

Precavido, o vereador já garantiu os tíquetes de viagem dentro do território japonês para não ficar na mão na saída dos estádios. "Um amigo que mora em Tóquio comprou bilhete para sete dias de viagem no trem-bala, que vamos usar para ir de Tóquio a Toyota, local dos jogos. Sai mais em conta e dá direito às integrações com o metrô e ônibus. Como o jogo termina por volta das 21h (horário local), mesmo horário do último trem que vai de Toyota a Nagoya e depois Tóquio. A gente tá pensando em ficar em Toyota e no dia seguinte visitar Kyoto, que dizem ser bem bacana. Não dá para sair antes do jogo por causa do trem, né", brincou.

Chehade admite ser supersticioso e revela que vai a todos os jogos com a mesma camisa. "Mas sempre lavo depois das partidas, senão ninguém aguenta", diverte-se.

Além dos andreenses, o gerente de vendas Rodrigo Gonçalves Ribeiro, que viajará na sexta-feira com a mulher Mônica e os filhos João Pedro e Júlia (leia abaixo), aproveitará o Mundial para esticar o roteiro até Los Angeles após a competição para acompanhar a luta entre o brasileiro Júnior Cigano e o norte-americano Cain Velásquez pelo cinturão dos pesados, no dia 29, em Las Vegas, pela edição 155 do UFC (Ultimate Fighting Championship).

Os entrevistados não revelam o quanto vão gastar, mas o custo estimado por pessoa somente para os jogos - incluindo passagens, hospedagem e ingressos - gira em torno de R$ 10 mil. O Corinthians conquistou o primeiro título mundial em 2000, diante do Vasco.

 

Casal deixa Disneylândia em segundo plano
A paixão pelo Corinthians e a chance de vivenciar momento singular na história do clube levaram o casal Rodrigo Gonçalves Ribeiro, 38 anos, e Mônica Ribeiro, 36, a mudar o roteiro de viagem de férias em família para acompanhar a equipe no Mundial de Clubes da Fifa, no Japão.

O Alvinegro estreia dia 12, na cidade de Toyota. Estima-se que entre 20 mil e 30 mil corintianos acompanhem o time ao Oriente.

O gerente de vendas conta que, em março, já havia fechado pacote para ir com a mulher e os filhos João Pedro, 6, e a pequenina Júlia, 1 ano, à Disneylândia, nos Estados Unidos. No entanto, na medida em que o Timão avançou na Libertadores, se sentiu tentado a mudar os planos.

A viagem do casal a Los Angeles estava marcada para o dia 10, mas foi antecipada o dia 7. "Assim que o Corinthians conquistou o título, em julho, alguns dias depois liguei para a empresa de turismo e antecipei a data do voo. Ficaremos dois dias em Los Angeles e de lá seguiremos para Tóquio com outros amigos corintianos que moram nos Estados Unidos", afirmou Rodrigo.

O passeio à Disney, porém, não foi descartado. Houve apenas uma alteração no roteiro. O casal deixa o Japão no dia 18 e segue para o mundo mágico de Walt Disney, uma exigência "democrática" de Mônica.

"Se era para ir ao Japão, disse que então seria legal irmos em família. Dia 24 é aniversário do João Pedro e gostaria muito de dar esse presente a ele. Então, primeiro iremos aos jogos e torcer para que o Corinthians conquiste o título e depois vamos à Disneylândia", disse a dona de casa.

A viagem em família, lembra Mônica, foi assegurada no momento em que se dispôs a enfrentar a maratona, que inclui aeroportos e horas e horas de voo até os Estados Unidos e depois ao Oriente. "Há algum tempo não torcia para nenhum time. Mas, às vezes, ia com meu marido. Depois que o João Pedro se interessou pelo futebol e passou a ir com o pai aos jogos do Corinthians também comecei a acompanhar com mais frequência. Agora também sou corintiana. Então pensei, se ele (marido) pensa em ir ao Japão, então vamos todos juntos."

 

CUIDADOS

Mônica garante que em nenhum momento o casal ficou em dúvida sobre se faria a viagem já que os filhos são pequenos, o trajeto é longo e existem os riscos de adoecerem. Ela buscou orientação médica visando o bem estar da prole.

"Se pensássemos muito, não iríamos. Consultei uma pediatra e ela me aconselhou a levar medicamentos, como antitérmicos, antibióticos e anti-inflamatórios, além de agasalhos, porque nesta época faz bastante frio no Japão e também nos Estados Unidos."

A alimentação também está garantida. Para Júlia, além do leite materno, Mônica vai levar dezenas de potes de comidas para bebê. "O João Pedro gosta de lanches do McDonalds e nós nos viramos com pizza e outros pratos. Em Tóquio há restaurantes especializados em várias cozinhas", lembra Rodrigo.

É a segunda vez que o casal faz viagem longa na companhia dos filhos. "No ano passado, fomos a Cancún (México). Minha mulher estava grávida de seis meses. A Júlia viajou dentro da barriga. Agora é a primeira viagem dela do lado de fora", brincou o marido.

O gerente de vendas, que integra uma das organizadas do Timão, garante que paixão pelo Corinthians atravessa fronteiras e que não é a primeira vez que sai dos País para acompanhar a equipe. "Fui a jogos fora do Brasil contra o Boca Juniors e o Racing (Argentina) e o Nacional (Uruguai)."

A animação é tanta que mesmo os riscos de terremoto no Japão e notícias de intolerância de torcedores de clubes europeus não incomodam o casal. "A torcida do Chelsea (possível adversário na final) não tem histórico de violência. O risco são terremotos e tsunamis. Pelo Corinthians iríamos mesmo que fosse na África, onde acontecem guerras tribais", garantiu o gerente de vendas.

 

Cardiologista alerta sobre riscos em viagens longas

Malas prontas, visto em ordem e ingressos garantidos. Tão importante quanto essas exigências são os cuidados com saúde durante a viagem. O diretor da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo e professor da Faculdade de Medicina do ABC, José Luís Aziz, alerta para os riscos de trombose em pessoas que apresentam problemas circulatórios, obesos ou que tenham passado por cirurgias recentes.

Tal quadro pode se apresentar, explica, por causa das longas horas de voo. "São os músculos que bombeiam o sangue das veias para o coração. O acúmulo pode formar coágulos e, se esses coágulos passam pelo coração e entram no pulmão, causam o que chamamos de embolia pulmonar. Isso leva a uma falta de ar abrupta e pode ocasionar até a morte", alerta.

Segundo Aziz, o ideal para quem está no grupo acima citado e também para quem faz tratamento contra o câncer ou tem alguma doença cardiológica é usar meias elásticas, geralmente disponibilizadas pelas próprias companhias aéreas.

"Essas pessoas também devem tomar cerca de uma hora e meia antes do voo uma injeção com anticoagulantes. Principalmente quem viaja em classe econômica pode ter problemas de circulação, porque fica em situação menos confortável. O ideal é fazer movimentos de ida e volta da perna para ajudar no fluxo sanguíneo."

A hidratação também é essencial por conta da baixa umidade nas cabines em razão do ar condicionado. O ideal é tomar bastante líquido e evitar bebidas alcoólicas, que contribuem para a desidratação.

Quem tem rinite também deve tomar cuidado, alerta o cardiologista. "A baixa umidade do ar resseca as mucosas no nariz. Os gases presentes em nosso organismo também se expandem com mais facilidade. Isso causa o entupimento do ouvido, o que pode causar dores, sobretudo em crianças. Usar um descongestionante nasal ajuda a aliviar essa sensação de entupimento (no ouvido)", aconselha o médico.

Ainda segundo o cardiologista, o viajante deve levar um kit de primeiros socorros com antigripais, antitérmicos e anti-inflamatórios por causa dos riscos de contágio dentro das aeronaves.

"As baixas temperaturas facilitam as infecções. Geralmente as companhias espirram antissépticos nas aeronaves antes das viagens. Mas é bom ter esses cuidados, levar medicamentos e usar agasalho para não correr o risco de choque térmico, que pode causar uma paralisia facial temporária, como aconteceu com o Falcão (jogador da Seleção Brasileira de Futsal)", lembra.

 

 




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