Oposição protocola pedido de investigação de contrato do Paço com empresa de tucano
O governo do prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), está prestes a enfrentar a segunda CPI neste ano, em apenas três meses. A oposição protocolou ontem novo pedido de abertura de investigação. Desta vez, para apurar irregularidades em contrato sem licitação entre o Paço e uma construtora cujo dono é aliado de políticos próximos do verde.
A nova CPI tem objeto semelhante à comissão instalada para averiguar empresa de fundo de quintal: levantar se a firma contratada pelo governo Lauro seria fantasma e se executou os serviços pelos quais recebeu, no valor de R$ 148 mil. A empresa é a Azyal Construções Civis Ltda, também conhecida como Contex, contratada em 2014 por meio de carta-convite para reformar telhados de ginásios municipais. O Diário revelou no dia 13 que a firma é de propriedade de Jerri de Souza (PSDB), que foi assessor do ex-vereador José Dourado (PSDB), ex-líder do governo verde no Legislativo.
Além de a empresa não possuir sede própria – o endereço cadastrado na Junta Comercial remete a várias casas de aluguel no Eldorado, inclusive a de Jerri – a equipe do Diário constatou com funcionários de alguns equipamentos esportivos que não houve a troca da cobertura da quadra, como estabelece o contrato firmado pelo Paço. “Precisamos entender qual é a dinâmica da reprodução de empresas fantasmas neste governo. Existir uma firma fantasma até que a gente espera, mas duas?”, questionou o petista Josa Queiroz, líder do G-12 (grupo de oposicionistas do PT, PR, PRB, PPS e DEM), que assina a CPI. Para o parlamentar, o fato de o cabo eleitoral de um aliado do governo ser dono da empresa não configura por si só ilegalidade, mas imoralidade. “Além de o governo ser extensão da família Michels, parece ser extensão dos amigos da família Michels”, disparou. “São vários indícios que justificam a abertura de CPI, como essa questão de o dono da empresa ser ligado a partido político aliado do governo”, frisou Cícero Antônio da Silva, o Cicinho (PRB), que será indicado pelo grupo para presidir a CPI. A relatoria deve ficar com Orlando Vitoriano (PT).
A abertura de uma segunda comissão em curto espaço de tempo irritou o núcleo duro do governo, que ainda vinha tentando digerir a existência da CPI da empresa de fundo de quintal, a Mendonça e Silva. Assim como a Azyal, a firma não possui matriz própria e está situada nos fundos de um cortiço na periferia da cidade.
Zé Dourado até que tentou acalmar os ânimos da oposição. Em reunião reservada com os parlamentares, o tucano se defendeu, alegando que Jerri nunca foi seu assessor, mas admitiu que a mulher do empresário foi funcionária comissionada em seu gabinete.
Líder do governo, Célio Boi (PSB) voltou a minimizar o passo para a apuração. “É prerrogativa do vereador fiscalizar o Executivo. Se alguma irregularidade for encontrada, os órgãos de controle serão acionados”. O Ministério Público já investiga os dois casos.
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