Setecidades Titulo Abastecimento
Semasa anuncia em carta rodízio de água

Documento informa que a medida será adotada
por conta da redução do envio por parte da Sabesp

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
22/10/2015 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


O Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) enviou carta à população neste mês onde afirma que haverá rodízio de abastecimento no verão, que começa no dia 21 de dezembro. A medida, conforme a autarquia, se faz necessária pela redução no envio de água por parte da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).

Apesar do comunicado, o superintendente da autarquia, Sebastião Ney Vaz Júnior, afirmou ontem que a manobra só ocorrerá caso o abastecimento chegue ao limite. “O rodízio só será necessário se a situação ficar extremamente complicada, quando percebermos que as pessoas estão mais que cinco dias sem água.”

A possibilidade do rodízio na cidade é anunciada desde o fim do primeiro semestre e a projeção era de que entraria em vigor em setembro. “Demora para implantar porque, operacionalmente, pode causar pressão negativa na rede, vazamentos, contaminação, então vamos evitar o máximo que puder”, disse o superintendente.

Na carta enviada aos consumidores, o Semasa diz que a Sabesp – responsável pelo envio de 95% da água consumida no município –, acordou com a autarquia andreense a redução na vazão enviada à cidade, que passou a receber média de 1.750 litros por segundo a partir de julho. Segundo o documento, para atender a demanda diária seriam necessários 2.000 litros por segundo.

Procurada, a Sabesp confirmou o número e destacou que em toda a Região Metropolitana o consumo foi reduzido em 27%; já em Santo André, a economia foi de 21%. A Sabesp salientou ainda que ações como o bônus concedido para quem reduz o consumo têm conseguido enfrentar a crise hídrica sem impor o rodízio. “Se houver interesse, a Sabesp reitera que se dispõe a cooperar tecnicamente com o Semasa para que a medida extrema (rodízio) não precise ser adotada.”

JUSTIÇA

O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou ontem que o Semasa inclua os valores destinados ao pagamento da Sabesp (cerca de R$ 105 milhões) do ano de 2014 no orçamento para 2016. A ordem tem por finalidade, segundo a Sabesp, impedir que o Semasa use a quantia para pagamento de outros credores. Conforme a empresa estadual, a autarquia municipal deve em torno de R$ 2 bilhões em pagamentos de água vendida a atacado.

Moradores se previnem ampliando reserva

A carta enviada pelo Semasa alerta a população, entre outras medidas de consumo racional da água, para a necessidade de manter reservação suficiente para 48 horas. Mas, com a constante falta d’água na cidade, os moradores já vinham se programando para isso antes mesmo de receberem o comunicado, que fala sobre a implantação de rodízio no verão.

O motoboy João Rodrigo Nalegaca, 33 anos, morador do Parque Erasmo Assunção, possui caixa de 500 litros e, em fevereiro, construiu uma de 1.400 litros. Porém, a obra não deu certo. “Precisava impermeabilizar, pois deu infiltração na parede do vizinho e na minha laje”, contou ele, que planeja logo comprar uma caixa de 1.000 litros.

A jornalista Karina Rinaldi, 30, mora em um prédio no Jardim Campestre, onde vivem outras três famílias, cada qual com uma caixa-d’água. Ela conversará com os vizinhos sobre a ideia de aumentarem a reservação. Se todos comprarem novas caixas juntos, podem baratear o custo e a instalação. “Já vivemos rodízio porque aqui todo dia fica sem água, são raros os dias em que não falta. Não será difícil de os vizinhos aderirem à ideia.”




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