Inconformado com a separação de sete meses da mulher e cansado de tentar reconciliação, o entregador Laércio Teixeira de Lima, 33 anos, resolveu descontar a raiva na família da antiga companheira.

Terça à noite, na Vila Nova Esperança, em Diadema, ele e um primo bateram com pedaços de pau e até uma marreta em sete pessoas da família da operadora de caixa Renata Lima, 29 anos.

O entregador foi preso por tentativa de homicídio e seu primo, o desempregado Edson Caitano de Lima, 29 anos, detido por dano ao patrimônio e lesão corporal. Nenhuma das vítimas teve ferimentos graves.

A história de amor que virou caso de polícia começou há dez anos, quando o entregador e Renata se conheceram.

“Há sete meses nos separamos. Não aguentava mais as agressões verbais dele e o casamento virou uma tortura psicológica. No começo ele aceitou, mas depois quis voltar”, afirmou Renata.

Durante os últimos meses, a operadora de caixa registrou cinco boletins de ocorrência relatando as ameaças do ex-marido. Segundo Renata, também havia ordem judicial para que o entregador não se aproximasse dela.

“A verdade é que papel não segura ninguém. Pensava que as ameaças iam ficar só da boca para fora. Não imaginava que minha família inteira iria apanhar”, contou Renata.

Às 21h30 desta terça, os primos foram até a casa da mãe de Renata, na Vila Nova Esperança, onde os familiares estavam reunidos.

“O Edson foi até a porta e chamou por Renata. Quando ela saiu, começou toda a confusão”, disse a representante comercial Aline Melo, 20 anos, sobrinha de Renata.

Os primos pegaram pedaços de paus e uma marreta. Antônio Reis, 38 anos, que tem uma oficina em frente à casa, levou uma marretada de raspão na cabeça. Também golpeada, a mãe de Renata, Maria Vieira, 55, teve uma veia rompida no braço.

A linha telefônica da casa foi cortada pelos agressores, que também amassaram a lataria de três carros que estavam estacionados na rua.

Chamada, a PM chegou no meio da confusão e prendeu os dois primos. Edson Lima saiu há três meses da Penitenciária de São Vicente, onde cumpriu pena por roubo. “Agora só quero paz”, pediu Renata.