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Não fica um, meu irmão

A bolsa de apostas está fervendo, em Brasília: o próximo será o ministro das Cidades, Mário Negromonte, PP,

Carlos Brickmann
08/12/2011 | 00:00
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A bolsa de apostas está fervendo, em Brasília: o próximo será o ministro das Cidades, Mário Negromonte, PP, pelo conjunto da obra, ou Fernando Pimentel, da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior, PT, velho amigo da presidente Dilma Rousseff, pelas consultorias agora descobertas?

Negromonte tem sorte: já esteve na marca de pênalti e escapou, substituído por Carlos Lupi, que acabou caindo. Agora estava na marca de pênalti e Fernando Pimentel veio atropelando, com uma história bem esquisita.

Pimentel, em dois anos, entre sua saída da Prefeitura de Belo Horizonte e a chegada ao ministério, recebeu dois milhões de reais "por serviços de consultoria". Uma das empresas citadas no caso, a QA Consulting, pagou-lhe R$ 400 mil. É uma microempresa - situação na qual se enquadram firmas que faturam até R$ 360 mil por ano. Para uma empresa deste tipo, pagar mais que o faturamento anual por uma consultoria não é comum. Mas também não é comum uma empresa que nada tem com engenharia civil prestar serviços de engenharia civil ("infraestrutura para soluções de rede") a uma empreiteira, a HAP Engenharia, acusada de superfaturamento de obras para a Prefeitura de Belo Horizonte quando Pimentel era prefeito.

Outros clientes da consultoria do hoje ministro da Indústria Pimentel são a Federação das Indústrias de Minas e a empreiteira Convap. Pimentel não chega ao porte de Palocci como consultor, mas está a caminho.

Ele conhece

Quem definiu a QA Consulting como "uma empresa de informática pequenininha" foi o próprio Fernando Pimentel, Quem a registrou como microempresa na Junta Comercial foram seus próprios donos. Quem disse que a empresa fez serviços de engenharia foi a própria empresa, na nota fiscal.

E gira o punhal

O PDT não quer que o PT ganhe o Ministério do Trabalho. Acredita que os petistas beneficiarão a CUT, ligada ao partido, e não a Força Sindical, cujo líder Paulinho é pedetista. O PT diz que não tem a pretensão de ocupar o Ministério do Trabalho, e indica um nome neutro, desligado das centrais sindicais, para o posto: o do senador Francisco Dornelles, do PP fluminense. Mas o PP é pequeno para ter dois Ministérios: com Dornelles, o partido perderia Cidades, onde está Mário Negromonte. E é Cidades que o PT quer.

Surpresa!

A Executiva Nacional do PDT decidiu criar um grupo (sem o ex-ministro Carlos Lupi, presidente do partido) para negociar com a presidente Dilma Rousseff algum posto na reforma ministerial que, espera-se, virá no início do ano que vem. Mas, antes mesmo de criar o grupo, já anunciou que continua na base de apoio do Governo. Que surpresa! Pois não é que talvez houvesse gente imaginando que o PDT iria, se contrariado, largar o osso?

Surpresa de novo!

Anote: a Lei Geral da Copa, que a Câmara Federal votará em breve, vai permitir a venda de cerveja nos estádios (e não só durante a Copa). Ponto para o Corinthians: no projeto de seu estádio, há espaço previsto para uma pequena fábrica de chope, que o distribuirá por tubos para todos os setores do público - cerveja recém-preparada, geladinha, da torneira para o copo.

Auto-insuficiência

Lembra daquele papo-aranha da autossuficiência em petróleo? Daquelas brincadeiras sobre o Brasil na Opep? Daquele outro papo-aranha da mudança da matriz energética mundial, a partir do álcool de cana brasileiro, ecológico, econômico, temido pelos americanos, o nosso petróleo verde?

Aos números: a Petrobras fecha 2011 importando em média 45 mil litros de gasolina por dia - um aumento de 400% sobre as importações de 2010. Quanto ao álcool, apesar da redução no percentual misturado à gasolina, apesar de estarmos na safra de cana, continuamos a importá-lo dos Estados Unidos - aquele álcool antieconômico, feito de milho, caríssimo, lembra?

Speedy, sem técnicos

Este colunista teve um problema na Internet e entrou em contato com a Speedy, sistema de banda larga da Telefônica. Resposta: mandaremos um técnico em 72 horas. Setenta e duas horas, três dias (e isso se não forem três dias úteis). De que adianta ter comunicação quase instantânea se, a qualquer problema, a visita do técnico só se dará três dias mais tarde -e a partir daí corre o prazo do reparo? Ficou óbvio que a Telefónica não tem técnicos suficientes para dar assistência técnica. Talvez seja a crise espanhola: as empresas de lá, com problemas, pressionam as subsidiárias para que façam caixa e ajudem a matriz. Mas fazer caixa às custas dos clientes?

Havelange aposentado

Havelange fez com que o futebol brasileiro crescesse, transformou a FIFA em potência. Aposenta-se tarde, sem dúvida; aposenta-se vergado sob um temporal de suspeitas. Mas seria injusto falar só de seus defeitos.




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