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À espera do Ipiranga

Projeto de restauro do Museu Paulista prevê subsolo de 3.000 m², escada rolante e acessibilidade

Miriam Gimenes
26/02/2018 | 07:00
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Divulgação


 O Museu Paulista, popularmente chamado de Museu do Ipiranga, já ‘tem’ cara nova . É que o edifício histórico, localizado no Parque da Independência, fechado para a visita pública desde outubro de 2013, ganhou projeto de restauro, ampliação e modernização, que deve ser aprofundado ao longo do ano e implementado a partir de meados de 2019. A previsão de abertura do espaço, inaugurado em 1895, é no ano do bicentenário da Independência do Brasil, em 2022.

A proposta vencedora, idealizada pelo escritório H+F Arquitetos, foi escolhida por meio de um concurso nacional cujo resultado foi anunciado em dezembro passado. Segundo um dos arquitetos responsáveis pelo estudo, Pablo Hereñú, alguns fatores foram determinantes para que vencessem a disputa, que contou com outros 12 pleiteantes. “Uma das exigências do concurso era a construção de subsolo. O que a gente propôs que diferiu dos outros projetos é o posicionamento da nova entrada de público do museu, que não é mais na parte de cima da esplanada, mas sim na parte inferior do muro. Isso acabou integrando o prédio ao parque, que antes ficavam segregados.”

Neste subsolo, que terá 3.000 m², além do acesso ao museu, o visitante poderá observar o parque, comprar os ingressos, passar na livraria e tomar um café. Também estarão no espaço um auditório e espaços educativos. Uma vez com os ingressos em mãos, por meio de escada rolante – outra novidade do projeto vencedor –, o visitante terá acesso à sala das colunas, em frente à escadaria onde estava a estátua de Dom Pedro I. “Na nossa leitura, um dado importante que tinha de ser preservado era o ritual de acesso ao edifício-monumento. Por isso colocamos a rolante em frente à escadaria monumental”, justifica o profissional.

No corpo central do prédio foram projetados escadas e elevadores, para que o museu atenda às normas de acessibilidade. Eles também darão acesso a uma nova sala de exposições, que ocupará um espaço inutilizado até hoje e, mais acima, será feito um mirante. Por ficar no alto na colina do Ipiranga, a vista é incrível.

O que foi feito até agora, ressalta Hereñú, foi um estudo preliminar para o concurso. “Agora a gente vai ser contratado para desenvolver o projeto. Provavelmente vamos ter de fazer algumas mudanças para adequar solicitações que poderão vir, mas basicamente as mudanças serão estas.” A ideia é entregar o projeto no início de 2019.

Só então deve-se dar início à obra, estimada em R$ 80 milhões. “Nós teremos de contar com o apoio da iniciativa privada, já que é uma obra de custo imenso e o museu é de uma entidade de interesse nacional”, diz um dos curadores da instituição, o professor Paulo Garcez. O local, que costumava receber 350 mil pessoas por ano, deve dobrar de público.

E diariamente pessoas procuram a administração do museu pedindo a reabertura. “Embora as dependências dele estejam fechadas, ele não não está como instituição. Estamos interagindo com o público, mantendo as atividades a fim de que este interesse pelo museu persista”, garante. A programação de atividades de ensino, pesquisa, cultura e extensão é divulgada no site www.mp.us.br/index.php.

DEPOIMENTO
“Sempre achei o Museu do Ipiranga um lugar muito interessante. Passar de carro por ele sempre me fez pensar nas aulas de História, sobre a independência do Brasil. Quando criança, eu achava muito curioso estar tão perto de um local tão marcante para a história do País. E me lembro da primeira vez que o conheci, ainda pequena. Foi inesquecível. Parecia um palácio, visto do Parque da Independência. Lembro-me do famoso quadro de Pedro Américo, das salas... Já adulta, descobri que seu verdadeiro nome é Museu Paulista e que ele pertence à USP, onde, por coincidência, acabei indo trabalhar. Quando fui me casar, decidi fazer um ensaio de fotos de pré-casamento junto com meu marido. Escolhemos fazer as fotos no Parque da Independência, com o Museu do Ipiranga ao fundo, por ser um lugar tão lindo e especial. Quando ele for reaberto quero voltar a frequentá-lo, agora com minha filha (Beatriz, 9 meses) ao meu lado.” Renata Lima Gonçalves, 34 anos, advogada, de São Caetano




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