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GCM que morreu após agressão em parque é sepultado em Santo André

Benedito Manoel da Silva, morreu na madrugada do dia 15; enterro foi realizado no Cemitério do Curuçá

Yasmin Assagra
Do Diário do Grande ABC
17/01/2020 | 10:01
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Nario Barbosa/ DGABC


Sob a garoa forte e o tempo nublado, que o corpo do GCM (Guarda-Civil Municipal) Benedito Manoel da Silva, de 56 anos, foi velado na manhã desta sexta-feira (17), no cemitério do Curuçá, em Santo André. Benedito morreu, na madrugada do último dia 15, horas depois de passar mal após ser agredido por um jovem no Parque Prefeito Celso Daniel, onde trabalhava. 

Na ocasião, familiares, amigos e pelo menos 40 GCMs, também de outros municípios como São Caetano e Ribeirão Pires participaram do enterro. O GCM da Classe Especial, Rogério Durante, comenta que conviveu com Benedito por muitos anos, e o encontrava, principalmente, em cursos de qualificações da guarda. "Era um profissional muito dedicado e tinha uma bagagem repleta de histórias, como já efetuou prisões e socorreu colegas em operações", destaca.

Ao som de orações e homenagens e com a ajuda de guardas municipais, o caixão de Benedito foi levado até o mausoléu da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar do Estado de São Paulo do cemitério, onde foi enterrado. O profissional trabalhava há 33 anos na GCM e estava prestes a se aposentar, ele deixa três filhos do primeiro casamento. 

O vice-prefeito de Santo André, Luiz Zacarias (PTB) acompanhou o velório e destacou que "hoje é preciso tomar cuidado com tudo. (Benedito) era um profissional apenas passando uma orientação que ele foi instruído". Zacarias ainda observa que "a cada dia está se perdendo mais o amor ao próximo". 

O caso foi registrado como resistência e lesão corporal. O agressor foi ouvido e liberado. Em nota, a Secretaria de Segurança ressaltou que o 4º DP (Distrito Policial) da cidade investiga o caso por meio de inquérito policial e a polícia aguarda resultado de laudo do IML (Instituto Médico-Legal), que pode demorar até 30 dias para ficar pronto.

Segundo Durante, na próxima semana, o agressor será chamado para prestar novo depoimento, visto que, na última declaração, Benedito não havia falecido. "GCMs também serão ouvidos para entendermos toda dinâmica do acontecimento", finaliza. 

O CASO

No dia da agressão, de acordo com o boletim de ocorrência, o profissional atendeu a reclamação de uma mãe que estava com o filho no playground do parque no fim da tarde de quarta-feira, Silva solicitou ao casal de jovens que fumava narguilé (espécie de cachimbo de água utilizado para fumar tabaco aromatizado) que interrompesse o uso. Nova queixa sobre o problema chegou à GCM e, na companhia de um colega, Silva se dirigiu até Giovani Aquiles Atallah Rodrigues, 22 anos, que estava com a namorada em um dos bancos do equipamento público. 

Rodrigues se negou a deixar de fazer uso do equipamento e, quando Silva se abaixou para pegar o narguilé, foi agredido pelo jovem com socos no peito. Rodrigues foi imobilizado pelo outro GCM e levado para guarita da corporação no parque. 

Silva começou a se sentir mal e foi socorrido à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Central do município. Ele sofreu três paradas cardíacas e chegou a ser transferido em estado grave para o CHM (Centro Hospitalar Municipal), onde não resistiu e morreu. 




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