Economia Titulo No bairro Serraria
Metalúrgica corre risco de sair de Diadema

Com 600 empregados, Delga pode ter turno inviabilizado por construção de prédio residencial

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
11/12/2018 | 07:23
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Localizada há 24 anos no bairro Serraria, em Diadema, a Delga, indústria que produz peças estampadas em aço para a indústria automotiva e mantém cerca de 600 funcionários, corre o risco de sair da cidade. Isso porque empreendimento residencial que deve ser construído a poucos metros da fábrica pode inviabilizar o turno da madrugada e a operação da firma devido ao barulho, que pode incomodar os futuros moradores.

Segundo o diretor de vendas e recursos humanos da Delga, Marcos Possari, a empresa não teria como continuar as atividades. Ele afirmou que há três anos a Delga já passou por situação semelhante com planta no bairro da Lapa, Zona Oeste de São Paulo. “Somos uma fábrica de alto investimento, que precisa de rentabilidade. Neste caso, infelizmente tivemos que fechar a unidade e distribuímos a produção entre Diadema e Jarinú (Jundiaí). Para nós foi uma ducha de água fria”, afirmou. “Não é que corremos o risco de sair, é questão de tempo. Não temos como continuar sem operar os três turnos.”

Hoje audiência pública está marcada na Câmara dos Vereadores de Diadema para falar sobre o assunto. “Esperamos que se tome providência para impedir a obra que cria um caos social de 600 famílias sem empregos, sem contar os indiretos e o comércio, que devem somar quase 4.000 trabalhadores. Mais de 90% dos empregados moram em Diadema. É uma empresa que tem receita importante na cidade e, em momentos em que o desemprego está alto, não dá para abrir mão disso”, disse o coordenador regional do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Claudionor Vieira do Nascimento.

A Prefeitura de Diadema informou que a empresa e o empreendimento tiveram as licenças concedidas em conformidade com o plano diretor vigente. “Para evitar situações como essas, e garantir o crescimento empresarial e também qualidade de vida para a população, novo plano diretor está sendo implantado na cidade. Secretarias envolvidas no assunto estão dialogando com a empresa e com investidores do empreendimento para que haja a melhor solução para o caso”, afirmou a nota.

A EPH Incorporadora informou que o empreendimento foi aprovado junto à Prefeitura “seguindo rigorosamente todas as leis e regras exigidas pelos órgãos responsáveis. O empreendimento se encontra em zona de uso misto e todos os cuidados técnicos em relação à vizinhança foram tomados”. A empresa também se compromete a prestar consultoria técnica às empresas do bairro para a instalação de sistemas de isolamento acústico. 




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