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Igreja de São Frei Galvão celebra missa inaugural
Renan Fonseca
Do Diário do Grande ABC
25/10/2010 | 07:33
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A comunidade do Capiburgo, em Mauá, acompanhou ontem a missa de abertura da igreja dedicada ao primeiro santo brasileiro, Frei Galvão. A capela é a única do Grande ABC em homenagem ao santo e recebeu a bênção do bispo Nelson Westrupp na última quinta-feira.

A cerimônia foi conduzida pelo pároco Osvy Guilarte Figueira, que empenhou os últimos três anos à construção do santuário. Hoje, Dia de São Frei Galvão, as celebrações seguem até as 21h na pequena igreja. Padre Osvy cuida da Paróquia de São João Batista e quando não está ocupado com os afazeres da religião, costuma ser pedreiro de Deus.

Já ajudou a erguer outras três igrejas pela região. Mas a história da Igreja de Frei Galvão está no topo do currículo do padre. Venezuelano, ele desembarcou no Brasil há 15 anos.

Antes, havia feito missão em Porto Rico e Argentina. Com sotaque carregado, orgulha-se em legendar a crônica da capela. "É gratificante para um estrangeiro erguer uma igreja ao primeiro santo do Brasil", diz.

No final da tarde de sábado padre Osvy parecia mais um pedreiro comum. De boné, calças e camisa desgastados, mãos e braços cobertos de tinta e concreto, empunhava fita métrica e não aceitava o convite dos devotos para um descanso em alguma casa da vizinhança. "Quero deixar ao menos o altar pronto para a primeira missa", falou.

A devoção a São Frei Galvão começou a se fortalecer há quatro anos, na própria comunidade. Por falta de espaço, o padre rezava as missas de domingo na garagem de um fiel. "Antes disso, os católicos do bairro caminhavam quatro quilômetros até a igreja na Quarta Divisão (Ribeirão Pires)", relembra o religioso.

Em Capiburgo, a maior parte dos vizinhos é devota ao santo brasileiro e já experimentou as pílulas milagrosas, o artefato deixado pelo Frei que o motivou a canonizacão. "No dia 25 de cada mês fazemos orações ao santo, distribuímos as pílulas e ouvimos os testemunhos dos fiéis", explica Osvy.

Dona Maria Dejanira Belini, 58 anos, sempre acompanhou as missas de padre Osvy e já teve três graças concedidas por Frei Galvão.

Como herança, deixaria para os quatro filhos terrenos ali perto. Mas um deles morreu há sete anos e a herança seria dividida entre os outros três. Foi então que dona Maria resolveu retribuir as bênçãos do santo doando o terreno ao pároco. "Minha família e eu temos muita fé em Frei Galvão e a doação foi apenas um gesto de retribuição", contou. De posse do terreno, não faltaram força de vontade e mais doações a padre Osvy. "Esta é a primeira igreja que construo desde o alicerce", resume.

 

 




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